Carros usados em transporte de corpos à praça da penha foram roubados, diz polícia civil

Os veículos utilizados para transportar dezenas de corpos de suspeitos mortos durante a megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão para a Praça da Paz, na Penha, eram roubados, confirmou nesta sexta-feira (31/10) o secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegado Felipe Curi, durante coletiva.


“A quem interessa remover os corpos, retirar aquelas roupas táticas que eles estavam usando, coletes, coturnos e só deixá-los de cueca no meio da rua pra chamar atenção? A quem interessa fazer remoção de corpos, como já tá sendo provado em uma investigação feita pela Polícia Civil, através da 22ª DP, Penha, que os veículos utilizados para a remoção desses corpos eram roubados. A quem interessa tentar colocar, como você falou aí, cordas e etc, não sei nem se isso se trata dessa operação ou não, mas enfim, tentar incutir uma falsa narrativa no sentido de descredibilizar a ação policial?”, disse Curi.

Os corpos foram retirados de áreas de mata no dia seguinte à operação, acumulados na praça e filmados por moradores. As imagens geraram repercussão nacional e internacional e levantaram suspeitas de remoção indevida de cadáveres.

Segundo o secretário, a retirada dos corpos da mata configura fraude processual e os responsáveis serão indiciados. A corporação investiga se traficantes ordenaram a ação para dificultar a análise da dinâmica das mortes.

“A polícia acredita que os cadáveres tenham sido removidos para alterar provas, como vestimentas e localização das vítimas. Uma das versões apresentadas pelos investigadores é de que roupas camufladas, como fardas usadas em combate na mata, foram retiradas antes das filmagens”, explicou Curi.

A operação resultou em 121 mortos, sendo quatro policiais. Parte dos corpos só foi encontrada por moradores após o fim dos confrontos, gerando questionamentos de órgãos de direitos humanos e parlamentares.

Ministério Público do Rio acompanha o procedimento e destacou equipe para atuar diretamente no Instituto Médico Legal (IML), onde os corpos estão sendo identificados.


“Imagens de câmeras de segurança e de celulares estão sendo analisadas para identificar quem conduziu os veículos até o local”, afirmou Curi.

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