Com Finlândia e Suécia, OTAN aumenta o cerco sobre a Rússia

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, concordou, nesta segunda-feira, 10, com a adesão da Suécia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e vai impulsionar o processo no poder legislativo turco, anunciou o secretário-geral da aliança militar, Jens Stoltenberg. A decisão ocorreu após uma reunião entre Erdogan, Stoltenberg e o primeiro-ministro da Suécia, Ulf Kristersson. Stoltenberg destacou que esse é um dia histórico e que o presidente Erdogan concordou em encaminhar o protocolo de adesão da Suécia à Assembleia Nacional o mais rápido possível.


Para que a adesão da Suécia à OTAN fosse aprovada, Erdogan exigiu a retomada das negociações entre a União Europeia (UE) e a Turquia para o ingresso no bloco. As negociações entre a Turquia e a UE estão bloqueadas há vários anos, e no final de 2020, a Comissão Europeia afirmou que a adesão da Turquia estava em um impasse devido a decisões contrárias aos interesses da UE por parte de seus líderes.

Diante desse novo elemento, foi organizada uma reunião de Erdogan com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, para buscar soluções. Michel anunciou nas redes sociais que discutiu com Erdogan como “revitalizar” a relação entre a UE e a Turquia. O Conselho Europeu convidou o Alto Representante e a Comissão Europeia a apresentarem um relatório estratégico e voltado para o futuro.

A adesão da Finlândia à OTAN também marca uma grande mudança no cenário de segurança no nordeste da Europa. A entrada da Finlândia praticamente dobra a extensão da fronteira da aliança militar com a Rússia, adicionando cerca de 1.300 quilômetros. Antes disso, apenas cinco membros da OTAN compartilhavam fronteira terrestre com a Rússia. Essa expansão da OTAN é vista como um golpe para o presidente russo, Vladimir Putin, que buscava minar a aliança militar.

Moscou acusou a OTAN de ameaçar a “segurança e os interesses nacionais” da Rússia ao receber oficialmente a Finlândia na aliança. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Shoigu, destacou que a adesão da Finlândia à OTAN e o aumento da prontidão de combate da aliança aumentaram o risco de conflito. Por outro lado, o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba, comemorou a adesão e ressaltou que a melhor maneira de garantir a segurança na Europa é permitir que a Ucrânia também se junte à aliança.


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