Democratas não conseguem aprovar lei para garantir ‘aborto intempestivo sob demanda’

Na segunda-feira (28/02), os democratas no Senado não conseguiram votos suficientes para aprovar uma lei cujo objetivo era garantir o acesso ao aborto em todo o país sob demanda e sem limite de tempo, anulando qualquer lei pró-vida em qualquer Estado.


Esta é a Lei de Proteção à Saúde da Mulher considerada uma das propostas mais extremas dos democratas em relação ao aborto, que foi aprovada na Câmara dos Deputados no ano passado, mas não obteve apoio nem mesmo para o projeto de lei ser debatido no Senado para o qual precisavam de 50 votos.

O senador democrata Joe Manchin, da Virgínia Ocidental, votou contra, com seis senadores se abstendo e todos os republicanos votando contra.

Embora se diga que o projeto de lei pró-aborto dos democratas foi uma resposta à lei pró-vida do Texas que, sem intervenção do estado, conseguiu proibir o aborto após seis semanas, seu maior medo está na possibilidade de que a Suprema Corte reduza ou anule totalmente a decisão Roe v Wade de 1973 que legalizou o aborto em julho próximo.

Atualmente, o aborto é permitido por até 24 semanas nos Estados Unidos, mas muitos estados republicanos que mantêm fortes convicções conservadoras de que a vida começa na concepção criaram suas próprias leis para limitar o acesso ao procedimento ao assumir Joe Biden como presidente, que em sua campanha assegurou que ele faria Roe v Wade ‘a lei da terra’.


A senadora Lisa Murkowski, do Alasca, e Susan Collins, do Maine, que tendem a apoiar as iniciativas democratas sobre o aborto, também votaram contra.

“Há muito tempo defendo o direito de escolha da mulher, mas minha posição não tem limites, e essa Lei de Proteção à Saúde da Mulher partidária simplesmente vai longe demais. Isso substituiria amplamente as leis estaduais e infringiria as liberdades religiosas dos americanos”, disse Murkowski de acordo com o The Hill.

Apesar de não terem recebido o apoio total de seu próprio partido, os democratas e a grande mídia acreditam que a oposição republicana ao aborto lhes custará a eleição, pois supõem que a maioria dos americanos é a favor do procedimento.

“Vamos responsabilizar todos os senadores que votarem contra esse projeto. Não se engane, as liberdades reprodutivas estarão nas urnas em novembro”, disse o senador democrata Richard Blumenthal em entrevista coletiva de acordo com a Time.

Analistas dizem que a questão do aborto nos Estados Unidos, dado o caso em que a Suprema Corte derruba Roe v Wade, é um dos temas que mais divide o país entre conservadores e liberais, embora muitos liberais considerem que a legislação proposta pelos democratas em os últimos tempos, que não incluem um limite de tempo e permitem que as mulheres façam abortos à vontade e até no momento do parto, são extremos.

É a primeira vez em décadas que a Suprema Corte tem uma maioria de juízes conservadores que, durante o debate de janeiro sobre duas leis pró-vida no Texas e no Mississippi, preferiram deixar cada estado decidir sobre a questão do aborto em vez de estabelecê-la como legal. em todo o território.

Muitos conservadores e crentes aguardam ansiosamente a decisão da Suprema Corte em julho próximo, que pode significar o fim do aborto legal nos Estados Unidos.

*Com informações da Bles Espanha

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