As eleições para o Parlamento Europeu realizadas entre a última quinta-feira (6) e este domingo (9) demonstraram um avanço da direita e uma perda de relevância da esquerda no âmbito continental. Na França, por exemplo, a vitória direitista fez com que o presidente Emmanuel Macron dissolvesse o Parlamento do país e convocasse novas eleições legislativas.
Segundo as projeções atualizadas às 9h26 desta segunda (10) pela comissão eleitoral, o Partido Popular Europeu, de centro-direita, havia conquistado 10 cadeiras a mais, chegando a 186 eurodeputados, mantendo assim a maior bancada.
Outras representações de direita e centro-direita também ampliaram seus espaços dentro do Parlamento continental da Europa, como os direitistas Grupo Europeu de Conservadores e Reformistas, que saltou de 69 para 73 parlamentares; e Identidade e Democracia, que avançou de 49 para 58 eurodeputados, impulsionado pelos 30 assentos obtidos na França.
A esquerda, por outro lado, viu suas bancadas diminuírem dentro do Parlamento Europeu. O principal grupo de centro-esquerda, a Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas, perdeu cinco assentos e caiu de 139 para 134 eurodeputados. Já o grupo intitulado A Esquerda perdeu uma vaga, reduzindo seu espaço de 37 para 36 congressistas.
O grande perdedor da esquerda/centro-esquerda, no entanto, foi o chamado Grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia, cuja bancada era de 71 eurodeputados na atual composição, número que, nas previsões mais recentes, está caindo para 53 parlamentares. Ou seja, as principais representações de esquerda caíram de 247 para 223 assentos.
SOBRE O PARLAMENTO EUROPEU
O chamado Parlamento Europeu é o órgão legislativo da União Europeia, diretamente eleito a cada cinco anos pelos cidadãos dos países que compõem o bloco. Neste ano, o órgão terá um total de 720 assentos, 31 a menos que na última eleição em razão da saída do Reino Unido.
As eleições para o legislativo continental utilizam um sistema de representação proporcional, onde cada país integrante recebe um número de assentos com base em sua população. A Alemanha, com 96 eurodeputados, e a França, com 81, lideram a Casa. Cada país tem, no mínimo, seis parlamentares.
Atualmente, os eurodeputados de mais de 200 partidos nacionais estão alocados em sete diferentes grupos do Parlamento Europeu, conforme o seu respectivo pensamento político. Para o mandato de 2024 a 2029, foram eleitos 50 que ainda não têm um grupo definido.
MACRON DISSOLVE PARLAMENTO FRANCÊS
O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou a dissolução da Assembleia Nacional e a convocação de eleições antecipadas para 30 de junho e 7 de julho após a derrota de seu partido nas eleições para o Parlamento Europeu neste domingo (9).
Macron avaliou a pesada derrota de seu partido nas eleições europeias deste domingo, nas quais obteve 15% dos votos, metade do apoio do Reagrupamento Nacional (cerca de 30%), da direitista Marine Le Pen, segundo as pesquisas de boca de urna.
O líder da lista do Reagrupamento Nacional para essas eleições, Jordan Bardella, já havia pedido a convocação de eleições para a Assembleia Nacional em um primeiro discurso após a divulgação das pesquisas.
As novas eleições ocorrerão apenas dois anos após as de junho de 2022, nas quais o Renascimento, partido do chefe de Estado, perdeu a maioria absoluta que possuía na legislatura de 2017 a 2022, o que criou problemas para o governo ao buscar parceiros parlamentares para aprovar suas reformas.
*Plenos News