O presidente chileno Gabriel Boric sofreu uma derrota significativa nas eleições Constituintes no último domingo, 7. A direita conservadora do país venceu a eleição com o Partido Republicano obtendo 35,5% dos votos, liderado pelo ex-candidato presidencial José Antonio Kast. O grupo de esquerda Unidad para Chile, liderado pelo atual presidente chileno, ficou em segundo lugar com 28% dos votos.
O Partido Republicano conseguiu a maioria das cadeiras disponíveis no Conselho, com 33 vagas, e agora será responsável por liderar a elaboração do novo texto constitucional do país. Para ser aprovado, os artigos precisarão de três quintos do conselho. O novo texto começará a ser escrito em junho, com base em um projeto compilado por especialistas constitucionais nomeados pelo Congresso chileno em março. Os eleitores chilenos aprovarão ou rejeitarão o novo texto em dezembro deste ano.
O atual texto constitucional do Chile está em vigor desde 1980, durante o governo de Augusto Pinochet. Uma primeira versão do texto foi rejeitada pela população em setembro do ano passado. Os conselheiros eleitos terão de respeitar 12 princípios acordados, como a constatação de que o Chile é uma república democrática, com Estado unitário, descentralizado e formado pelos Três Poderes. Outro princípio é que o Banco Central, Justiça Eleitoral, Ministério Público e Controladoria são órgãos independentes.
O presidente chileno, que teve seu texto reprovado em setembro passado, disse que respeitará o processo e não interferirá na autonomia da entidade. “O governo não se intrometerá no processo e respeitará a autonomia da entidade em suas deliberações”, afirmou. O resultado das eleições Constituintes no Chile pode ter um impacto significativo no futuro do país, já que a nova Constituição poderá afetar temas como direitos humanos, educação, saúde, aposentadoria e tributação.
