A ditadura de Nicolás Maduro intensificou sua retórica contra os Estados Unidos e Trinidad e Tobago após o início de manobras militares conjuntas próximas às águas venezuelanas. O destaque foi o deslocamento do navio de guerra USS Gravely em território marítimo trinitário, que o regime chavista classificou como uma ameaça à soberania do Caribe.
Em comunicado, a vice-presidente chavista Delcy Rodríguez denunciou uma suposta “provocação militar de Trinidad e Tobago em coordenação com a CIA para provocar uma guerra no Caribe”, sem apresentar provas. Segundo o texto, a operação militar teria como objetivo instalar uma base norte-americana e transformar a região em um “espaço de violência letal e domínio imperial”.
A nota de Caracas também alegou a captura de “mercenários” conectados à CIA e apontou um plano de escalada bélica a partir da fronteira com Trinidad e Tobago ou do próprio território venezuelano. O regime recorreu a analogias históricas — como o caso do Maine e o Golfo de Tonkín — para justificar sua narrativa de cerco e ameaças externas.
Maduro e sua cúpula acusaram ainda a primeira-ministra trinitária, Kamla Persad-Bissessar, de entregar a soberania nacional e transformar o arquipélago em um “porta-aviões dos EUA”. O comunicado também mencionou repressão a pescadores e execuções arbitrárias em suposta conivência com interesses norte-americanos.
O objetivo da ditadura é reforçar o controle interno e mobilizar as Forças Armadas, mantendo a narrativa de união popular-militar-policial e continuidade do legado de Hugo Chávez, mesmo diante da grave crise política, econômica e social que afeta a Venezuela.
Enquanto isso, a pressão internacional aumenta. Observadores e organismos multilaterais alertam para expansão de redes criminosas e tráfico ilícito, perseguição à oposição e colapso institucional no país.
O Pentágono confirmou o envio do porta-aviões USS Gerald Ford, o maior da frota americana, ao Caribe, acompanhado de três navios de assalto e transporte anfíbio, caças F-35B, patrulheiros P-8 e drones MQ-9, com base em Porto Rico. Segundo o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, a ação visa “desmantelar organizações criminosas transnacionais” e fortalecer a segurança regional.
Nos últimos meses, operações da administração Trump destruíram diversas embarcações suspeitas de transporte de drogas na região do Caribe e do Pacífico, próximas a Venezuela e Colômbia, aumentando a tensão militar e diplomática no litoral caribenho.