O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante posse de Aloízio Mercadante como presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), no Rio de Janeiro, deu uma nova declaração polêmica. O presidente mentiu ao dizer que Cuba e Venezuela deram o calote no BNDES, em valores de hoje algo em torno de R$ 4 bilhões, porque o ex-presidente Jair Bolsonaro rompeu relações diplomáticas com os dois países.
A declaração de Lula foi a seguinte: “E vamos ser francos: os países que não pagaram, seja Cuba, seja Venezuela, é porque o presidente [Jair Bolsonaro] resolveu cortar relação internacional com esses países e, para não cobrar, para poder ficar nos acusando, deixou de cobrar”. A declaração não é verdadeira. Os dois países deixaram de pagar o BNDES em 2018, quando o então presidente era Michel Temer.
O BNDES informa que a inadimplência da Venezuela começou em 2017, antes de Bolsonaro assumir, em 2019. Além disso, em dezembro, o blog de Malu Gaspar, do jornal O Globo, mostrou documentos que comprovam que Bolsonaro, apesar do rompimento das relações com o governo de Nicolás Maduro, manteve as cobranças, enviadas a Juan Guaidó, reconhecido pelo Brasil, pelos Estados Unidos e por diversos países como presidente venezuelano.
Além disso, eram frágeis as garantias pelo não pagamento dos empréstimos para a construção do porto de Mariel, em Cuba, e do metrô de Caracas, na Venezuela. O BNDES aceitou como garantia para emprestar dinheiro aos cubanos a produção de charutos.
O prejuízo do BNDES é um prejuízo do contribuinte brasileiro. O banco público opera com recursos principalmente do Fundo do Amparo ao Trabalhador (FAT), que vem de impostos (PIS-Cofins) e o que em última instância significam recursos públicos do Tesouro Nacional.