No fim de semana passado, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), participou de um seminário em Boston, EUA.
O ministro responsabilizou o presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores pela onda de censura e perseguição que estamos vivendo e, é promovido e alimentado pelo STF.
Barroso entende que democracia são as instituições funcionando e não a vontade popular, que paga os impostos que sustenta a classe de burocratas.
“As instituições têm sido capazes de resistir, não sem sequelas. O Congresso continua funcionando. O Supremo continua funcionando. Eu não quero minimizar os riscos, mas, até aqui, os limites têm sido traçados e preservados”, disse Barroso.
O ex-presidente do TSE também comentou sobre críticas às urnas eletrônicas: “No Brasil, houve e continua a haver ataques infundados à honestidade, à integridade do processo eleitoral, em que nunca se verificou fraude. E nesse momento se está articulando, novamente, os mesmos ataques. Isso não é normal”.
Barroso não citou as 172 falhas apontadas, tanto pelo Exército, como pela Polícia Federal e, ainda colocou sigilo nas investigações que mostram que a meios de invadir as urnas.
De acordo com Barroso, há riscos para a democracia brasileira, “mas não está iminência de tudo desabar”.
“Eu não gostaria de ter uma narrativa que está tudo desmoronando. É preciso ter uma compreensão crítica de que há coisas ruins acontecendo, mas é preciso não supervalorizar o inimigo. Nós somos muito poderosos”, afirmou o ministro.
Segundo o magistrado da Suprema Corte, “o país está polarizado, mas nós temos que ser capazes de construir uma agenda comum”.
“Nós vivemos um momento em que todos os demônios se liberaram. Saíram à luz do dia os homofóbicos, os misóginos, os racistas. É preciso enfrentá-los, mas sem a sensação de que nós perdemos. A causa das mulheres, a causa do meio ambiente, a causa da igualdade racial, a causa da proteção indígenas não são causas progressistas, essas são causas da humanidade”, afirmou.
O ministro da Corte também disse não ser possível reescrever a história e que as pessoas precisam “aceitar até as verdades de que não gostam”: “A mentira não é uma outra versão da história. A mentira é só uma mentira”, disse Barroso, um dos fundadores do PT.
Ainda no seminário, o ministro citou quatro fatos que, de acordo com ele, não podem ser contestados: “Houve golpe de Estado em 1964; o Brasil viveu uma ditadura militar; a corrupção esteve presente na vida pública brasileira de forma contínua entre 2003 e 2010; e o atual governo adotou uma posição negacionista em relação à pandemia”.
Barroso também disse que o caminho para o Brasil evoluir é apostar na “integridade, no enfrentamento da pobreza extrema e no desenvolvimento sustentável”.
O ministro do STF ainda defendeu que é preciso priorizar a reforma tributária, para que o Brasil passe a ter um sistema tributário que não seja regressivo:
De acordo com Barroso, é preciso “cortar na pele da elite brasileira”: “Eu fui advogado 30 anos e eu pagava menos imposto do que a minha secretária. Esse é o Brasil, um país em que o dono paga menos imposto do que o empregado”.
Ele também falou da necessidade de proteger a floresta amazônica: “Nós precisamos enfrentar os crimes ambientais, desmatamento, extração ilegal de madeira, mineração ilegal, grilagem de terra, invasão de terras indígenas”.
*Com informações do Terra, Brasil e Notícias