O Palácio do Planalto decidiu na noite desta quinta-feira confirmar a troca no Ministério do Turismo, com a saída de Daniela Carneiro e entrada do deputado Celso Sabino (UB-PA), após reunião da qual participaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra.
O anúncio, feito em nota pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, é uma reviravolta em relação à posição pública externada pouco antes pelo colega de Planalto, o titular da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, a jornalistas de que discussões sobre eventuais mudanças no cargo ficariam para a próxima semana.
Na nota, Padilha disse que na reunião, ocorrida no Planalto, que também contou com a participação do prefeito de Belford Roxo e marido de Daniela, Waguinho, foi possível esclarecer “questões partidárias que motivam a troca no Ministério do Turismo, e a ministra demonstrou sua compreensão com a decisão do governo”.
“O presidente agradeceu a ministra pelo excelente trabalho feito pela recuperação do turismo no Brasil e pela disposição dela de permanecer contribuindo com o governo no Congresso, com o protagonismo de ser a deputada federal mais votada do Rio de Janeiro”, afirmou a manifestação.
A nota diz ainda que Lula e Padilha vão se reunir com dirigentes do União Brasil, em data a ser definida na sexta-feira, para receber a indicação de Celso Sabino para o cargo, “dando continuidade ao trabalho pela recuperação de um setor tão importante para a geração de emprego e renda no Brasil”.
Aliados de Sabino já fizeram chegar ao Planalto que ele gostaria de contar com uma pasta do Turismo “turbinada”, com o retorno do da Empresa Brasileira de Turismo (Embratur) para a pasta, disse uma fonte ligada à cúpula do União. A Embratur, uma empresa de promoção de turismo no exterior, é atualmente presidida pelo petista Marcelo Freixo.
A manifestação de Padilha ocorre num momento em que o governo Lula e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), buscam votos para tentar aprovar a reforma tributária na Câmara.
São necessários ao menos 308 votos em dois turnos de votação em plenário e o apoio da bancada União Brasil, com 59 deputados federais, pode ser decisivo para o avanço da proposta.
Entre a fala de Pimenta e a nota de Padilha, 39 deputados do União Brasil, entre eles o próprio Sabino e o presidente da legenda, o também deputado Luciano Bivar (PE), divulgaram nota em que defenderam o adiamento da votação da reforma para dar mais tempo para discussão.
Entretanto, Arthur Lira, que pretende fazer da proposta um legado para seu último biênio à frente da Câmara, quer votá-la até sexta-feira e já comanda nesta noite a sessão para tentar aprova.
Pouco antes, Pimenta chegou a afirmar que o governo deixaria as discussões sobre composição do governo, incluindo a troca no Turismo, para a próxima semana.
A troca chegou a ser prevista para nesta quinta-feira por fontes ouvidas pela Reuters na véspera que acompanham o assunto. Segundo Pimenta, o adiamento teria como justificativa de que o governo prefere fixar suas atenções nas votações no Congresso Nacional.