Encurralado pelos entrevistadores do Roda Viva nesta segunda-feira (26), o candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) reconheceu que “há indícios suficientes para dizer que houve fraude na eleição da Venezuela”. Entretanto, o psolista reclamou do que chamou de “insistência” no assunto.
O tema foi abordado pelo jornalista Diogo Schelp, do jornal O Estado de S.Paulo. Na ocasião, o comunicador lembrou que, em 2018, Boulos negou que houvesse uma ditadura na Venezuela porque lá havia um governo eleito. Ele questionou, portanto, por que a postura do psolista em relação à Venezuela mudou, já que o regime de Nicolás Maduro segue o mesmo.
Nesse sentido, Boulos disse que as eleições venezuelanas de 2018 foram marcadas por uma mera “polêmica”, e que atualmente há indícios claros de que o pleito de 2024 foi violado.
– Hoje está absolutamente claro, nós temos indícios bastante suficientes para dizer que de que houve fraude na eleição da Venezuela. Tanto que é que o Itamaraty, o próprio presidente Lula, que é um governo de esquerda, não reconheceu a eleição do Maduro. Essa é a minha posição – frisou.
Na sequência, ele reclamou do que enxerga como uma “forçação de barra” em torno do assunto.
– Eu acho que tem uma forçação de barra aí que não precisa. Até porque coloquei a minha posição de maneira clara. Acho que é legítimo trazer todos os temas que sejam relevantes para a eleição, mas nós estamos em uma eleição municipal – acrescentou Boulos.
Os jornalistas, por outro lado, argumentaram que os valores democráticos são universais, e que é de interesse dos eleitores paulistanos saberem se votarão em um candidato democrata.