Ex-secretário critica aumento de dependência no Bolsa Família

Wagner Lenhart, ex-secretário Nacional de Gestão de Pessoas e CEO do Instituto Millenium, criticou nesta quarta-feira, 18, a condução atual do Bolsa Família.


Em vídeo publicado em suas redes sociais, Lenhart destaca que o programa, que já contou com apoio de liberais em sua criação, deveria focar na redução da dependência do Estado e não na ampliação do número de beneficiários.

O ex-secretário argumenta que o Bolsa Família, em seu início, se alinhava a ideias defendidas por economistas liberais como Milton Friedman, por exemplo. O norte-americano via na renda mínima uma forma de garantir condições básicas para quem estivesse em situação de vulnerabilidade.

No entanto, Lenhart ressalta que a execução do programa ao longo do tempo se distanciou do propósito original: “O diabo está nos detalhes e na execução”.

Ele critica a postura do governo federal ao comemorar o crescimento do número de assistidos. Para o CEO, uma iniciativa social deve medir o sucesso pela capacidade de promover a autonomia dos cidadãos.


“Só que a gente sabe que o sucesso, muitas vezes, de um programa social não é o quanto você aumenta as pessoas, mas quantas pessoas saem e quantas pessoas não são dependentes do Estado”, disse o ex-secretário.

O Instituto Millenium busca promover princípios da Sociedade Aberta e fomentar o debate sobre políticas públicas. A fala do ex-secretário reacende discussões sobre os rumos do Bolsa Família e a necessidade de possíveis reformas administrativas no programa.

Bolsa Família surgiu no primeiro mandato de Lula

Bolsa Família surgiu em 20 de outubro de 2003, no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na ocasião, a Medida Provisória nº 132 criou o programa no âmbito do Fome Zero.

O Congresso converteu a medida em lei em janeiro de 2004. A iniciativa integra um modelo federalista em que a União coordena as normas, o financiamento e a indução do programa, enquanto Estados e municípios participam da execução.

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