O presidente da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Flávio Dino, agendou para 11 de novembro o início do julgamento do chamado núcleo 3 da tentativa de golpe de Estado que teria como objetivo manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder. O grupo é formado por militares das Forças Especiais do Exército, conhecidos como “kids pretos”, e um policial federal. As sessões ocorrerão das 9h às 12h, com atividades complementares das 14h às 19h nos dias 11 e 18 de novembro. As datas de 12, 18 e 19 de novembro também foram reservadas para a continuidade do julgamento.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o grupo teria planejado ações táticas voltadas a uma possível ruptura institucional em favor de Bolsonaro. Entre os planos apontados estão o monitoramento de autoridades consideradas opositoras ao ex-presidente e até a morte do ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal no STF.
O núcleo é composto por oito militares do Exército e um policial federal, que respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência, grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu que a acusação contra o tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo Júnior seja desclassificada para o crime de incitação das Forças Armadas contra os poderes constitucionais, o que poderia permitir que ele pleiteasse um acordo para ser isento de condenação.
Fazem parte deste núcleo: Bernardo Romão Correa Netto (coronel), Estevam Theophilo (general), Fabrício Moreira de Bastos (coronel), Hélio Ferreira Lima (tenente-coronel), Márcio Nunes de Resende Júnior (coronel), Rafael Martins de Oliveira (tenente-coronel), Rodrigo Bezerra de Azevedo (tenente-coronel), Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros (tenente-coronel) e Wladimir Matos Soares (policial federal).