Gilmar Mendes volta a defender Alexandre de Moraes

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, defendeu o colega de Corte, ministro Alexandre de Moraes, no caso envolvendo o suposto uso paralelo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como braço investigativo contra apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).


Ao defender Moraes, Gilmar evitou comentar sobre a linguagem usada por auxiliares do ministro.

O escândalo envolvendo Moraes tem sido revelado nos últimos dias através de áudios vazados pela Folha de São Paulo com conversas dos auxiliares do ministro em tratativas sobre investigados no âmbito do inquérito das fake news.

Em 2022, Moraes era o presidente do TSE. Os relatórios produzidos na Corte eleitoral teriam sido utilizados para subsidiar o inquérito das fake news no STF em casos relacionados ou não às eleições presidenciais.

A Folha teve acesso a mais de 6 gigabytes de mensagens e arquivos trocados via WhatsApp entre assessores do ministro que atuam ou atuavam tanto na equipe do Supremo quanto do TSE.

“De que se tratava? De pessoas investigadas no inquérito das fake news e que estavam eventualmente reiterando ataques na dark web ou no sistema de internet. Tudo material público. Portanto, não há aqui nenhuma irregularidade”, disse Gilmar Mendes em entrevista concedida ao Canal Livre, da Band, no domingo (18)

“Agora, qual é a performance no trabalho, como eles tratam a nós mesmos, ‘ah, o ministro estava irritado…’ não posso fazer juízo sobre isso”, continuou.

Também no domingo (18), mensagens vazadas e divulgadas pela Folha revelaram o descontentamento de dois juízes em relação ao posicionamento da Interpol e do governo norte-americano sobre o jornalista Allan dos Santos, citado nos inquéritos das milícias digitais e das fake news.

“Dá vontade de mandar uns jagunços pegar esse cara na marra e colocar em um avião brasileiro”, desabafou o juiz Marco Antônio Vargas, do gabinete da presidência do TSE, em um grupo de WhatsApp onde estava Airton Vieira, braço direito de Moraes no STF.

Na avaliação de Gilmar, o uso da linguagem imprópria por parte dos auxiliares de Moraes não aponta necessariamente para erros nos processos.

“Os documentos eventualmente pedidos e que se traduziram nesses relatórios foram acostados aos autos dos inquéritos respectivos. Como as pessoas pedem ou se dirigem não vou aqui emitir juízo sobre isso”, afirmou Gilmar.

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