governo federal avalia substituir o slogan “União e Reconstrução”, em uso desde 2023, como parte de uma estratégia de reposicionamento político e comunicacional. Sob a liderança do publicitário Sidônio Palmeira, a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) discute novas alternativas para expressar a atual fase da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva.
A gestão acredita que o momento é de enfrentamento de desafios no Congresso e de busca de maior alinhamento com pautas sociais. Palmeiras confirmou o estudo de uma nova frase.
Segundo ele, a etapa de reconstrução já teria sido superada em diversas áreas. Em março, Palmeira apresentou durante reunião com a equipe de imprensa o mote “Brasil dando a volta por cima”. O publicitário sugeriu que a frase serviria de guia para porta-vozes do governo, mas sem substituir oficialmente o slogan vigente.
Governo avalia crise política e articulações para 2026

O contexto político contribui para a decisão de mudança. A recente crise envolvendo o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e a tensão crescente com o Centrão reduziram a governabilidade e complicaram articulações para 2026.
O Palácio do Planalto aposta agora em discursos voltados a “justiça social”, alinhados ao que Lula e ministros, como Fernando Haddad, da Fazenda, defendem nas últimas semanas. A gestão já projeta um discurso eleitoral, para a disputa de um possível quarto mandato.
As relações entre Executivo e Legislativo estão instáveis desde o início do mandato. A judicialização da derrota no Congresso sobre o IOF agravou o desgaste, o que levou partidos como o PP a pressionarem pela saída de André Fufuca (PP-MA), ministro do Esporte e vice-presidente do partido.
A sigla, que acaba de formar federação com o União Brasil, passa a compor a maior bancada da Câmara, com 112 deputados, e iguala o número de senadores de PL e PSD com 14 integrantes.
Dirigentes da federação sinalizam apoio futuro a nomes da centro-direita para as eleições de 2026. O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), declarou que vai “discutir isso [saída do Progressistas do governo] em agosto, depois das convenções partidárias”.
Além disso, o União Brasil, que indicou três ministros ao governo, adota postura semelhante, mas promete não punir filiados que decidam apoiar Lula pontualmente nos Estados.