Governo Lula busca acordo para evitar racha entre aliados na CPMI

O governo petista está preocupado com o risco de um racha entre aliados na CPI mista do 8 de janeiro, que foi criada nesta quarta-feira, 26, e pode ser instalada na próxima quarta-feira, 3. O governo busca negociar um acordo na escolha do presidente e do relator da comissão, já que os dois postos são disputados por apoiadores de Lula na Câmara e no Senado, colocando em campos opostos os grupos do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do senador Renan Calheiros (MDB-AL).


A presidência da CPMI ficará com um deputado, sendo os mais cotados Arthur Maia (União Brasil-BA) e o líder do PP na Câmara, André Fufuca (PP-MA). Já a relatoria deve ficar nas mãos de um senador, sendo Renan Calheiros, o mais cotado para assumir o posto, o que coloca o grupo de Arthur Lira em oposição. Uma saída negociada para evitar esse embate seria indicar outro senador do MDB, como o líder do partido no Senado, Eduardo Braga (AM).

O governo considera vital que presidente e relator da CPMI trabalhem afinados, em conjunto, e busca evitar que esses dois grupos, hoje próximos do governo, criem um racha antes mesmo do início dos trabalhos. O medo é que as divergências levem a alianças pontuais entre membros do “grupo de Lira” e da oposição. 

A instalação da CPMI deve acontecer na próxima semana, depois que os líderes partidários indicarem os 32 membros da comissão.

Os governistas focarão no enfraquecimento do ex-presidente Jair Bolsonaro, enquanto a oposição vai mirar no ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias e no ministro da Justiça, Flávio Dino. 


O governo não queria a CPMI, mas agora diz que vai até o fim – principalmente depois de encaminhar a formação de uma maioria na comissão. Já a oposição quer ganhar desgastar Lula, focando no fato de que os atos ocorreram com Lula à frente do governo e na responsabilidade do governo atual pela existência dos atos de vandalismo.

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