Em comunicado divulgado nesta sexta-feira (1º), o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou de “massacre” as mortes de civis enquanto tentavam pegar comida de um comboio de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, região comandada pelo grupo terrorista palestino Hamas.
A nota divulgada pelo Itamaraty ainda fez duras críticas ao governo israelense de Benjamin Netanyahu.
O Hamas acusa Israel de abrir fogo e matar mais de 100 pessoas que esperavam por comida em Gaza. O caso teria acontecido na quinta-feira (29). Israel nega a acusação do grupo terrorista.
O Itamaraty afirmou em nota que “trata-se de uma situação intolerável, que vai muito além da necessária apuração de responsabilidades pelos mortos e feridos de ontem” e aponta que as aglomerações em torno do comboio de ajuda “demonstram a situação desesperadora a que está submetida a população civil da Faixa de Gaza e as dificuldades para obtenção de alimentos no território”.
“Autoridades da ONU e especialistas em ajuda humanitária e assistência de saúde de diferentes organismos e entidades vêm denunciando há meses a sistemática retenção de caminhões nas fronteiras com Gaza e a situação crescente de fome, sede e desespero da população civil. Ainda assim, a inação da comunidade internacional diante dessa tragédia humanitária continua a servir como velado incentivo para que o governo Netanyahu continue a atingir civis inocentes e a ignorar regras básicas do direito humanitário internacional. Declarações cínicas e ofensivas às vítimas do incidente, feitas horas depois por alta autoridade do governo Netanyahu, devem ser a gota d’água para qualquer um que realmente acredite no valor da vida humana”.
Em crítica direta ao primeiro-ministro Netanyahu, o Governo Lula afirma que o governo israelense “volta a mostrar, por ações e declarações, que a ação militar em Gaza não tem qualquer limite ético ou legal”.
O Brasil ainda cobra a comunidade internacional para “dar um basta” e evitar novas atrocidades em Gaza. “A cada dia de hesitação, mais inocentes morrerão. A humanidade está falhando com os civis de Gaza. E é hora de evitar novos massacres”.
O Itamaraty encerra a nota expressando solidariedade ao povo palestino, relembrou as mais de 30 mil mortes em Gaza desde o início da guerra contra Israel (de acordo com dados do Hamas), e falou na “a absoluta urgência de um cessar-fogo e do efetivo ingresso em Gaza de ajuda humanitária em quantidades adequadas, bem como a libertação de todos os reféns”.
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