Pelo menos 60 pessoas foram detidas e mais de 20 ficaram feridas no último domingo (29) num aeroporto na capital da república russa do Daguestão, de maioria muçulmana, onde uma multidão “caçavam” israelitas e judeus.
Entre os feridos no aeroporto de Makhachkal contam-se nove policiais, dois dos quais foram hospitalizados, segundo o departamento do Ministério do Interior para o distrito federal do Cáucaso do Norte, que acrescentou terem sido identificados mais de 150 participantes nos tumultos.
Centenas de pessoas tomam a pista do aeroporto após apelos na plataforma de mensagens Telegram para se dirigirem ao aeroporto antes da chegada dos voos provenientes de Israel e para revistarem os aviões e os automóveis à procura de israelitas e judeus, num protesto contra o conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas.
A Agência Federal de Transportes Aéreos ordenou inicialmente o encerramento do aeroporto até 6 de novembro, mas mais tarde disse que a medida só se aplicaria até esta terça-feira.
O governador da república, Sergey Melikov, escreveu no Telegram que “as ações daqueles que se reuniram no aeroporto de Makhachkala são uma violação grosseira da lei“.
Toda a população se identifica com o “sofrimento das vítimas das ações injustas de pessoas e políticos e rezam pela paz na Palestina, mas o que aconteceu no aeroporto é ultrajante e deve ser devidamente avaliado pelas autoridades policiais“, afirmou.
Por sua vez, a comissária russa para os Direitos Humanos, Tatiana Moskalkova, afirmou que “os acontecimentos no aeroporto têm claramente por objetivo incitar ao ódio étnico e podem conduzir a graves violações dos direitos humanos“.