Motoristas de aplicativo iniciaram nesta segunda-feira (15) um protesto no Rio de Janeiro em busca de melhorias na remuneração pelas corridas. A manifestação teve início com uma carreata saindo do Aeroporto Santos Dumont com destino ao escritório da Uber, localizado na Avenida Presidente Vargas, no Centro da cidade. A principal reivindicação da classe é que cada motorista receba pelo menos R$ 10 por corrida aceita, além de ganhar R$ 2 por quilômetro rodado.
A paralisação dos motoristas de aplicativo tem gerado hostilidades contra aqueles que optaram por não aderir à greve e continuaram trabalhando. Alguns motoristas relatam temer represálias e decidiram desistir e voltar para casa.
Luiz Carlos Correia de Albuquerque, presidente do Sindmobi (sindicato que representa os motoristas), afirmou que muitos motoristas não recebem nem metade do valor pago pelos passageiros nas corridas. Segundo ele, as empresas têm descontado até 60% do valor das corridas, o que tem causado insatisfação entre os profissionais.
Os motoristas protestantes afirmam que a manifestação continuará e que estão conscientizando outros motoristas a não aceitarem corridas com valores inferiores a R$ 10. Eles alegam que os valores pagos aos motoristas não são corrigidos e que as empresas têm diminuído cada vez mais as tarifas, enquanto os custos de vida aumentam.
Além da remuneração mais justa, os motoristas de aplicativo também reivindicam direitos como seguro de vida e de saúde, medidas para tornar a atividade mais segura e um valor adicional para cada parada solicitada durante uma corrida.
A paralisação dos motoristas de aplicativo não se limita apenas ao Rio de Janeiro. A Federação dos Motoristas de Aplicativos do Brasil (Fembrapp) está liderando uma greve geral que abrange várias cidades do país. A previsão é de que cerca de 70% dos motoristas adiram à paralisação, o que impactará o transporte por aplicativo durante 24 horas. Atualmente, o Brasil conta com aproximadamente 2 milhões de motoristas cadastrados e ativos no setor.
As principais operadoras de transporte por aplicativo, Uber e 99, foram contatadas para comentar sobre a greve, mas até o momento não se manifestaram. Nas redes sociais, a greve está sendo amplamente divulgada e está afetando o serviço, com passageiros enfrentando cancelamentos de corridas, maior tempo de espera e aumento nos preços em algumas cidades, como São Paulo. Em Belo Horizonte, por outro lado, a greve teve pouco impacto, segundo avaliação de alguns passageiros.
A paralisação dos motoristas tem gerado transtornos para os passageiros, que enfrentam dificuldades em conseguir um veículo, principalmente em locais como o Aeroporto Internacional de Guarulhos. Alguns passageiros relataram ter suas viagens canceladas e enfrentar longos períodos de espera. O valor das corridas também tem sido afetado, com aumentos de até 50% nos preços. Os usuários dos aplicativos são informados de que os preços estão acima da média.