Na manhã desta segunda-feira (9), a Fundação Santa Fe atualizou o estado de saúde do senador e pré-candidato à presidência pelo Centro Democrático, Miguel Uribe Turbay. Em comunicado divulgado às 6h35, o centro médico informou que o político “continua em estado crítico e apresenta pouca resposta aos tratamentos médicos realizados”.
A clínica ressaltou que “a situação é de máxima gravidade, e o prognóstico permanece reservado”. Ainda conforme o comunicado, “com autorização da família, seguimos comprometidos com todos os esforços necessários para a evolução do paciente”.
O médico Remberto Ignacio Burgos de la Espriella acrescentou em entrevista à rádio La FM que o paciente está há mais de 36 horas sem apresentar melhora significativa. “O prognóstico piorou”, afirmou.
Detalhes do atentado e investigação sobre o menor suspeito
O ataque contra Miguel Uribe Turbay ocorreu no sábado (7), durante um evento público no parque do bairro Modelia, em Fontibón, Bogotá. O senador foi atingido por três tiros — dois na cabeça e um na perna esquerda —, causando comoção em toda a capital colombiana.
O principal suspeito é um adolescente de 14 anos, cuja identidade não foi divulgada devido à sua condição de menor. Testemunhas relataram que o jovem disparou pelas costas em meio à multidão, ferindo também outras duas pessoas.
Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram o menor fugindo pelas ruas do bairro enquanto policiais e manifestantes tentavam detê-lo. Durante a perseguição, ele foi ferido na perna e capturado logo em seguida.
Conforme depoimento de um tio do adolescente à polícia, o jovem teria assumido o ataque motivado por uma recompensa financeira significativa. O tio, que trabalha como motorista de aplicativo, acompanha o menor internado na Clínica Colombia.
O adolescente vive sob tutela de uma tia materna no bairro Villas de Alcalá, em Engativá, já que o pai está na Polônia. A ausência dos pais fez com que outros familiares, como o tio, assumissem papel importante na vida do jovem.
Durante sua prisão, o menor teria confessado que “fez isso por dinheiro, por minha família”, frase registrada em vídeos de segurança e confirmada por testemunhas. Além disso, ele mencionou repetidamente a intenção de “entregar números”, expressão que os investigadores tentam interpretar — pode indicar a entrega de informações sobre possíveis mandantes.
O diretor geral da Polícia Nacional, general Carlos Fernando Triana, informou que uma pistola modelo Glock foi apreendida com o adolescente no local do crime, complicando ainda mais sua situação legal.
As próximas audiências têm o objetivo de esclarecer a responsabilidade do menor, identificar possíveis autores intelectuais e entender as circunstâncias do atentado. A Promotoria informou que pretende realizar uma sessão de interrogatório fundamental para desvendar os detalhes do ataque e as conexões envolvidas.
A investigação segue em andamento, com intensificação do escrutínio sobre o contexto familiar e social do adolescente, enquanto a sociedade e as autoridades aguardam respostas sobre as motivações e eventuais cumplicidades por trás do atentado contra Miguel Uribe Turbay.