O Ministério das Relações Exteriores enviou à Itália, nesta segunda-feira (25/8), um pedido de extradição de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF). Tagliaferro foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por supostos crimes cometidos enquanto ocupava cargo no gabinete do magistrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
Ele foi denunciado pelos crimes de violação de sigilo funcional, coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes pediu a extradição do seu ex-assessor. A solicitação foi encaminhada ao Ministério das Relações Exteriores por meio do Ministério da Justiça.
Eduardo Tagliaferro é suspeito de compartilhar mensagens trocadas entre servidores do gabinete de Alexandre Moraes no STF e no TSE, entre maio de 2023 e agosto de 2024, para a Folha de S. Paulo.
Em abril, o ex-assessor de Moraes foi indicado pela Polícia Federal (PF). Conforme a denúncia da PGR, ele teria compartilhado informações de caráter sigiloso, entre eles petições e diálogos internos entre os servidores próximos ao ministro.
Eduardo Tagliaferro atuou como assessor-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação, ligada à Presidência do TSE, entre agosto de 2022 e julho de 2023, quando Moraes era presidente.
O Tratado de Extradição entre Brasil e Itália de 1989 autoriza a extradição de pessoas condenadas por crimes, caso a pena supere um ano.