O empresário Joesley Batista, coproprietário da JBS, realizou uma viagem a Caracas, na Venezuela, na última semana com o objetivo de tentar convencer o ditador Nicolás Maduro a renunciar, segundo reportagem da agência Bloomberg publicada nesta quarta-feira (3).
De acordo com a agência, Joesley se reuniu com Maduro em 23 de novembro, apenas dois dias antes de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ligar para o líder venezuelano solicitando sua saída do governo. Fontes afirmam que autoridades norte-americanas tinham conhecimento da viagem, que buscava reforçar a mensagem de Trump, mas ressaltam que a iniciativa partiu do empresário, e não de Washington.
A J&F S.A., holding da família Batista, confirmou que “Joesley não é representante de nenhum governo” e não comentou mais sobre o assunto. A Casa Branca também não se posicionou sobre a viagem.
Maduro, por sua vez, confirmou nesta quarta-feira o contato telefônico com Trump, classificando a conversa como um “passo importante” para o diálogo entre Caracas e Washington.
O histórico comercial de Joesley Batista com a Venezuela é apontado como um dos fatores que o credenciariam a atuar como interlocutor. A JBS e o governo venezuelano assinaram anos atrás um contrato de US$ 2,1 bilhões para fornecer carne e frango, em meio à crise alimentar e à hiperinflação, acordo viabilizado pelo político socialista Diosdado Cabello, atual ministro do Interior.
A viagem de Joesley ocorre em um momento de tensão entre Trump e Maduro, com o governo norte-americano reiterando seu desejo de que o presidente venezuelano deixe o poder de forma pacífica.
Joesley Batista viajou à Venezuela e tentou convencer Maduro a renunciar