Como mostrar para o cidadão que vale a pena ser honesto se é permitido que corruptos concorram as eleições, ainda mais com dinheiro público? As leis têm que mudar. Não dá mais para viver no país da cleptocracia. Precisamos de parlamentares sem rabo preso e corajosos para colocar bandido onde ele tem que estar: ATRÁS DAS GRADES.


É um crime contra a sociedade, que paga altíssimos impostos, saber que a maior parte dos nomes foram condenados, acusados ou investigados na operação tenta vagas na Câmara e no Senado. Um, o ex-presidiário, concorre a presidência da República e três disputam o cargo de governador.

Entre os 26 políticos que agora registraram suas candidaturas na Justiça Eleitoral, alguns foram acusados criminalmente pela força-tarefa de Curitiba ou pela Procuradoria-Geral da República (PGR) – nos casos de detentores de prerrogativa de foro no Superior Tribunal de Justiça ou no Supremo Tribunal Federal (STF). Mas, em vários desses casos, as denúncias foram rejeitadas judicialmente, por inépcia ou insuficiência de provas, e os acusados nem réus se tornaram.

Sobre os candidatos investigados na operação, Dallagnol – que atuou como coordenador da extinta força-tarefa em Curitiba – é enfático: “Acredito que essas pessoas não tenham idoneidade nem reputação ilibada”.

Os candidatos


O jornal “Estadão” divulgou a lista dos envolvidos na Operação que hoje disputam o seu voto. São eles:

Lula (PT)

Em abril do ano passado, o Supremo Tribunal Federal derrubou as condenações impostas pela Lava Jato a Lula. Em junho, a Corte concluiu que o então juiz Sérgio Moro foi parcial quando condenou o ex-presidente na ação do triplex do Guarujá, o que abriu caminho para Lula disputar a eleição presidencial de outubro.

Eduardo Cunha (PTB-SP)

Preso e condenado na Lava Jato, o ex-presidente da Câmara teve o mandato cassado em 2016, o que o deixou inelegível por oito anos. Em agosto, no entanto, ele foi beneficiado por uma decisão provisória da Justiça Federal em Brasília que suspendeu os efeitos da cassação, o que permitiu sua candidatura a deputado federal.

Aécio Neves (PSDB-MG)

O então senador foi denunciado em 2017 por corrupção e obstrução da Justiça com base na delação dos empresários do Grupo J&F – Aécio foi acusado pelo recebimento de R$ 2 milhões em propina. Em março deste ano, a Justiça Federal em São Paulo absolveu o hoje deputado, que este ano disputa a reeleição.

Arthur Lira (PP-AL)

Investigado no “quadrilhão do PP”, por suspeita de arrecadar e receber propina repassada ao partido, o presidente da Câmara foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República por corrupção passiva. A denúncia foi rejeitada em fevereiro deste ano pelo STF. Lira busca a reeleição.

Beto Richa (PSDB-PR)

Ex-governador do Paraná, o tucano foi preso na Operação Integração, desdobramento da Lava Jato que mirou propinas de concessionárias de pedágios. Candidato a deputado federal, Richa foi denunciado pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Romero Jucá (MDB-RR)

Candidato a senador em outubro, o emedebista foi denunciado sob acusação de integrar o “quadrilhão do PMDB”, que, segundo a Procuradoria, recebeu R$ 864 milhões em propinas do esquema de corrupção instalado na Petrobras.

Affonso Monnerat (PP-RJ)

Denunciado pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa, quando foi secretário de governo do ex-governador do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão (MDB), Monnerat foi condenado por supostamente ter participado de uma organização criminosa estruturada anteriormente por Sérgio Cabral.

Ao Estadão, o candidato afirma sua inocência: “Consegui uma vitória importante: o desmembramento do meu processo, para ter mais celeridade no julgamento do meu recurso, já que nenhum empresário ou colaborador tenha falado que participei de qualquer ato ilícito”.

Afonso Hamm (PP-RS)

O candidato foi citado por Alberto Youssef em um depoimento, contudo, a Procuradoria-geral da República arquivou o inquérito por falta de provas em setembro de 2017.

Aguinaldo Ribeiro (PP-PB)

Em 2017 o candidato foi investigado por supostamente participar de uma organização criminosa junto de outros parlamentares do PP. Contudo, em 2021, o STF arquivou o inquérito.

Aline Corrêa (União Brasil-PE)

Denunciada por peculato, a candidata afirma que “toda pessoa que atua na vida pública está sujeita a denúncias, na maioria das vezes por motivações políticas. No meu caso foi exatamente o que aconteceu, a ponto de o Ministério Público Federal pedir ‘o arquivamento do caso da Deputada Aline Corrêa pela inexistência de linha investigatória potencialmente idônea’. E o Poder Judiciário confirmou este arquivamento. Portanto, sempre fui e sempre continuarei sendo uma Deputada ficha limpa”.

Cacá Leão (PP-BA)

Não chegou a ser denunciado.

Delcídio do Amaral (PTB-MS)

Denunciado pelos crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro, o candidato afirma através de sua assessoria que seus direitos políticos foram restabelecidos “após a Justiça Federal declarar que foi vítima de uma armação”. A votação do TRF-1 foi unânime a favor do candidato.

Fernando Collor (PTB-AL)

O ex-presidente foi denunciado pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e comando de organização criminosa.

Fernando Pimentel (PT-MG)

Pimentel chegou a ser investigado por uma suposta interferência nas investigações da Lava Jato. Contudo, o STJ arquivou o inquérito por falta de provas em agosto de 2017. Em nota, através de sua assessoria, o candidato afirma que “jamais teve qualquer relação com a operação Lava Jato e, por isso, nunca foi alvo de nenhuma das operações realizadas no RJ, SP e PR. Nas investigações da operação Acrônimo, em que esteve injustamente envolvido, foi absolvido em todas, sem exceção”.

Gladson Cameli (PP-AC)

Não chegou a ser denunciado.

João Leão (PP-BA)

Não foi denunciado.

Lindbergh Farias (PT-RJ)

Não há denúncia contra o candidato.

Luis Carlos Heinze (PP-RS)

Não chegou a ser denunciado.

Luiz Fernando Faria (PSD-MG)

Denunciado por corrupção passiva qualificada.

Mário Negromonte Junior (PP-BA)

Em nota enviada pelo seu advogado, Carlos Fauaze, o candidato denunciado por lavagem de dinheiro afirma que “a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal foi rejeitada por unanimidade. Tecnicamente isso significa dizer que o Deputado Mário Negromonte Júnior sequer foi processado no âmbito da referida operação, eis que os elementos levantados contra si durante as investigações foram considerados insuficientes para permitir o início do processo”.

Missionário José Olímpio (PL-SP)

Não há denúncia contra o candidato.

Renato Delmar Molling (PP-RS)

Não foi denunciado.

Roseana Sarney (MDB-MA)

Em nota, a assessoria da candidata afirma que ela “nada tem a comentar”, pois a PGR arquivou a investigação por falta de provas.

Sandes Júnior (PP-GO)

Ao Estadão, o candidato afirma que “vários parlamentares do meu partido foram investigados. Eu tive o meu processo arquivado por absoluta falta de provas e de consistência pelo ministro Fachin”.

Vander Loubet (PT-MS)

Denunciado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Waldir Maranhão (PDT-MA)

Não foi denunciado.

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