A perícia concluiu que a bala que matou a médica Gisele Mendes de Souza e Mello, capitã da Marinha, foi disparada por criminosos. A conclusão baseia-se na direção dos tiros que atingiram as paredes do Hospital Naval Marcílio Dias. A suspeita é que o disparo tenha sido feito de um imóvel abandonado no alto da comunidade do Gambá, próximo ao local. Na comunidade, é comum que bandidos usem lajes e pedras no alto do morro para monitorar a movimentação, se abrigar e fazer disparos.
Segundo a polícia, durante a troca de tiros, os bandidos estavam na parte alta da comunidade de Lins. Foi deste ponto que vieram os tiros que acertaram as paredes do hospital e, consequentemente, a médica da Marinha.
Gisele participava de uma cerimônia no auditório da Escola de Saúde da Marinha, no 2º andar, quando uma bala perdida entrou pela janela e a atingiu na cabeça, na terça-feira (10). O prédio é anexo ao hospital.
A nova análise deve complementar a perícia do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) já realizada no auditório. Logo cedo, as equipes estiveram na casa de uma moradora no alto da comunidade, que foi vistoriada. A dona do imóvel afirmou que não houve disparos do local.
O laudo apontou que o prédio foi atingido por pelo menos três disparos, que partiram de uma região de casas no Gambá, utilizada como contenção pelo tráfico da região e localizada um pouco acima da janela da escola.
Gisele estava em pé e de costas quando foi ferida na nuca. Levada ao centro cirúrgico, morreu algumas horas depois. A médica tinha 55 anos e deixou dois filhos.
Cerca de 80 agentes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), com apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), participam da perícia complementar.
A Secretaria Municipal de Educação informou que seis unidades escolares ficaram fechadas. Já a Clínica da Família Cabo Edney Canazaro de Oliveira manteve o atendimento à população, mas suspendeu as atividades externas, como as visitas domiciliares.
A Polícia Militar informou que, no dia em que a médica foi baleada, ocorria uma operação no Lins, a poucos metros da unidade de saúde, para prender criminosos envolvidos em roubos de veículos na região do Grande Méier. A corporação relatou que um blindado foi atacado logo na entrada da comunidade, por volta das 9h.
A região é cercada por 16 comunidades, que juntas formam o Complexo do Lins, alvo de constantes tiroteios.
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