O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, informou que providenciará o envio imediato de 20 peritos da Polícia Federal para atuar nas investigações envolvendo à megaoperação policial que deixou mais de 120 mortos no Rio de Janeiro. De acordo com o ministro, a decisão atende a um pedido do próprio governo estadual.
– Nós vamos enviar 20 peritos da Polícia Federal especializados não só em necropsias, mas também em balística, exames de DNA. Também cerca de 10 a 20 peritos, dependendo da necessidade, da Força Nacional. Acabo de falar com o governador Cláudio Castro, avisando que vamos enviar ao Rio imediatamente esse contingente – declarou ele, durante o programa Estúdio i, da GloboNews.
Os profissionais ajudarão na identificação dos corpos e também na análise da cena do crime. Segundo Lewandowski, trata-se da primeira medida tomada pelo escritório extraordinário para o enfrentamento ao crime organizado, meio criado para acelerar a comunicação e tratativas entre o governo federal e estadual acerca do tema.
– É uma forma rápida de se resolver os problemas sem enfrentar toda a burocracia que tradicionalmente existe – assinalou.
As medidas ocorrem após trocas de farpas entre o governador do estado, Cláudio Castro (PL), e o governo Lula. De acordo com o gestor fluminense, o Rio de Janeiro tem travado sozinho à guerra contra o tráfico diante de uma recusa do governo federal em apoiar o estado.
Na mesma entrevista, Lewandowski afirmou que a PF não participou da operação porque “era uma questão estritamente local e de interesse do governo estadual, não tinha nada a ver com a atividade da Polícia Federal”.
– Não é o tamanho da operação que determina o envolvimento da PF. A atuação da PF é estabelecida pela Constituição e Legislação aplicável. Então, não é qualquer operação que ela vai entrar. Ela vai cumprir fundamentalmente um papel de polícia judiciária, vai cumprir os mandados de busca, apreensão e prisão que são expedidos pela Justiça Federal. Era uma questão estritamente local e de interesse do governo estadual, não tinha nada a ver com a atividade da Polícia Federal – declarou.
A megaoperação foi realizada para cumprir mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho no Complexo do Alemão e na Penha. A ação mobilizou cerca de 2.500 agentes. Segundo levantamento do governo estadual, a operação é a mais letal da história do Rio, tendo registrado mais de 120 óbitos, sendo 115 suspeitos de envolvimento com o tráfico e quatro policiais. Outros 113 suspeitos foram presos e dez adolescentes apreendidos.
 
			 
							 
							