Na última quinta-feira (24/8), durante entrevista concedida ao Jornal Nacional, da TV Globo, o ex-presidiário Lula assumiu que sabia de forma antecipada que a Polícia Federal realizaria uma operação em 2007 contra seu irmão, Genival Inácio da Silva, o Vavá, que morreu em 2019.
“Em 2005 [na verdade, em 2007], eu estava na Índia, a Polícia Federal foi na casa de um irmão meu, esse que morreu quando eu estava preso. Esse cara ganhava R$ 2.900. Aposentado na prefeitura. A PF invadiu a casa dele. E eu sabia antes e eu falei: “não vou interferir porque quem ficou sabendo não é o Lula, foi o presidente da República” disse o ex-presidiário.
Não é a primeira vez que Lula admite que foi comunicado pela PF sobre a operação. Em uma entrevista à Rádio Educadora de Piracicaba, no dia 29 de junho, Lula havia declarado que soube da ação com 12 horas de antecedência. A declaração, porém, contrasta com o que foi afirmado, na época, pelo Planalto. Na ocasião, o governo informou que Lula não tinha conhecimento da busca.
O vazamento de informações sobre a operação para o então presidente pode representar um descumprimento da lei, visto que o artigo 20 do Código de Processo Penal afirma que “a autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade”.
Genival, que morreu em 2019 em virtude de um câncer, enquanto Lula estava preso, era acusado de ter intermediado pedidos de empresários com prefeituras ligadas ao PT, estatais e órgãos do governo federal em seu escritório.