Durante sua passagem por Buenos Aires para a cúpula do Mercosul, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta quinta-feira (3) com o ativista argentino Adolfo Pérez Esquivel, vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 1980. No encontro, Lula também demonstrou apoio à ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner, que cumpre prisão domiciliar após ser condenada por corrupção.
Nas redes sociais, Lula compartilhou uma imagem segurando uma placa com os dizeres “Cristina Livre”. O gesto foi interpretado como uma manifestação de solidariedade à ex-mandatária, que foi condenada a seis anos de prisão e declarada inelegível por envolvimento em um esquema de corrupção entre 2007 e 2015, período em que esteve à frente do governo argentino.
“Conversamos sobre os desafios que estão colocados para os defensores da democracia nesses tempos turbulentos da geopolítica internacional, com o avanço da extrema-direita”, escreveu Lula após o encontro com Esquivel.
Cristina Kirchner também comentou a visita nas redes sociais, classificando o encontro como um “ato político de solidariedade”. Em seu perfil no X (antigo Twitter), ela agradeceu a Lula e fez críticas ao atual presidente da Argentina, Javier Milei. Segundo Kirchner, o país vive um ambiente de repressão à imprensa e perseguição a opositores.
“O que estamos vivenciando: a imprensa reprimida por medo do Presidente, das ordens do chefe ou da perda de publicidade; leis repressivas; líderes da oposição impedidos de pisar em suas sacadas”, escreveu.
Lula, que também foi preso entre 2018 e 2019 no contexto da Operação Lava Jato, comparou a situação da ex-presidente argentina à sua própria trajetória. “Também fui perseguido”, afirmou o presidente brasileiro.