Maduro alega violação devido a submarino enviado pelos EUA

Nesta quarta-feira (27), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, alegou violação do Tratado de Tlatelolco de 1967 devido a um submarino nuclear que, segundo Caracas, foi enviado pelos Estados Unidos para águas próximas ao país. O tratado declarou América Latina e Caribe como zonas livres de armas nucleares.

– A Venezuela foi ameaçada com um submarino nuclear, violando o Tratado de Tlatelolco, que proíbe a mobilização, o uso e a fabricação de armas nucleares em todo o território da América Latina e do Caribe – afirmou Maduro em Miraflores, sede do governo.


Em declarações transmitidas pela emissora estatal de televisão VTV, o presidente venezuelano afirmou que “nunca nenhum país da região foi ameaçado com um submarino nuclear”.

– Não baixamos os olhos para ninguém, nem hoje nem nunca, não baixamos a cabeça para ninguém, não nos achamos melhores do que ninguém porque não somos supremacistas, mas não aceitamos o supremacismo de ninguém – afirmou.

Na terça-feira (26), o governo Maduro, por meio da missão permanente nas Nações Unidas, advertiu que os EUA planejam enviar um cruzador lançador de mísseis e um submarino nuclear de ataque rápido para a costa venezuelana na próxima semana, entre outros navios de guerra destacados no mar do Caribe, como parte, segundo ele, das “ações hostis” do governo de Donald Trump.


Isso, segundo a missão venezuelana, representa “uma grave ameaça à paz e à segurança regionais”.

Ele exigiu o cessar imediato do envio de recursos militares dos EUA ao Caribe, incluindo o submarino nuclear USS Newport News, e cobrou garantias claras e verificáveis dos EUA de que não enviarão nem ameaçarão usar armas nucleares na América Latina e no Caribe.

No entanto, este tipo de submarino não é projetado para o transporte de armas nucleares.


Além disso, a Venezuela pediu à Organização para a Proibição de Armas Nucleares na América Latina e no Caribe (Opanal) para convocar consultas urgentes para examinar esta série de ações e apelou a todos os países-membros das Nações Unidas para que apoiem o respeito ao caráter desnuclearizado da região.

Caracas também anunciou na terça-feira o envio de navios de maior porte para as águas territoriais do Caribe para combater o tráfico de drogas, uma semana depois de os EUA terem advertido que estão preparados para usar todo o seu poder a fim de frear o fluxo de drogas para seu território, o que incluiria o envio de navios e militares para águas do mar do Caribe próximas à Venezuela.

Washington também duplicou recentemente para 50 milhões de dólares (R$ 270,94 milhões) a recompensa por informações que levem à captura de Maduro, a quem acusa de violar as leis dos EUA sobre narcóticos.

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