O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) criticou a concessão de asilo político à ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, autorizada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Nadine foi condenada a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro nesta terça-feira, 15.
Em entrevista a Oeste, Mourão classificou a decisão como um “claro uso político e indevido” do instrumento diplomático e disse que a medida visa a blindar uma pessoa “julgada culpada com grande lastro de provas materiais”.
“Na minha visão, a concessão do asilo político para Nadine Heredia, condenada em seu país em um caso de corrupção transnacional ocorrida durante outros governos do PT, é errada”, afirmou o general da reserva.
Para Mourão, a decisão do Brasil de acolhê-la politicamente reflete a recorrente associação dos governos petistas com casos controversos de corrupção na América Latina. Em sua avaliação, trata-se de um novo capítulo do “alinhamento ideológico” que, segundo ele, tem custado caro à reputação brasileira no cenário externo.
Neste cenário, o parlamentar foi direto ao criticar o papel do Ministério das Relações Exteriores no episódio. “Neste governo Lula, bem como nos outros do PT, esse tipo de coisa não me surpreende”, disse. “O que é lamentável, de fato, é ver o MRE colocar sua tradição de profissionalismo na lama por conta de ideologias ultrapassadas.”
Perguntado sobre o impacto da medida na imagem do Brasil, Mourão avaliou que o país se posiciona, mais uma vez, “do lado errado da história”. “Sim, podemos considerar exatamente assim, porque esse é o caso, por isso enterraram a Lava Jato”, disse, em referência à operação anticorrupção que foi desarticulada nos últimos anos.
O senador também criticou o uso de aviões das Forças Armadas no transporte de Nadine até Brasília. “Teriam muitas outras possibilidades para trazê-la para Brasília”, considerou. “Quem vai pagar esse combustível? Óbvio que nós, contribuintes.”
*Informação revista Oeste