O Ministério Público (MP) da Venezuela anunciou nesta quinta-feira (29) que intimou pela terceira vez o candidato presidencial da principal coalizão opositora, Edmundo González Urrutia, como parte de uma investigação contra ele relacionada à alegação de fraude eleitoral da campanha antichavista, e ameaçou emitir um mandado de prisão.
O MP fez o anúncio em uma publicação no Instagram, na qual divulgou o documento de convocação. O órgão advertiu que, se Urrutia deixar de comparecer na data indicada, será “emitido um mandado de prisão”, considerando que, segundo o órgão, ele está “em presença de perigo de fuga”.
A investigação contra Urrutia está relacionada à publicação de uma página na internet, na qual a oposição divulgou 83,5% das atas eleitorais coletadas por testemunhas e membros das seções eleitorais na noite das eleições presidenciais para embasar a acusação de fraude nas eleições de 28 de julho.
Apesar da divulgação das atas pela oposição, o regime de Nicolás Maduro classificou os documentos como “falsos” depois que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou o ditador como vencedor das eleições. A proclamação, porém, é questionada por vários países, que apoiam a afirmação de que foi Urrutia quem venceu o pleito.
Diante do cenário, o MP venezuelano convocou Urrutia a comparecer perante o órgão por “suposta prática dos crimes de usurpação de funções, falsificação de documentos públicos, instigação à desobediência às leis, crimes de informática, associação para cometer crimes e conspiração”. O procurador-geral, Tarek William Saab, disse que uma pessoa pode ser intimada até três vezes.