O Partido Novo protocolou, nesta quinta-feira (05), uma queixa na Procuradoria da República do Distrito Federal contra o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues. A legenda acusa o policial de improbidade administrativa pela suposta exclusão injustificada do jornal Folha de S. Paulo de uma coletiva de imprensa realizada na sede da PF, em Brasília.
No documento, o partido afirma que a exclusão violaria o princípio da impessoalidade e configuraria um ato de improbidade administrativa, além de possível crime de prevaricação.
A sigla sugere que a medida pode ter sido motivada por uma “retaliação” ao veículo, já que, dias antes, o jornal teria publicado uma reportagem criticando o relatório da PF sobre os supostos planos de golpe de Estado.
A advogada do Novo, Carolina Sponza, destacou que a exclusão de um dos principais jornais do país em uma coletiva de interesse público poderia configurar uma grave violação ao dever de tratamento isonômico e imparcialidade por parte da Administração Pública.
O partido solicitou que a conduta de Rodrigues fosse investigada, considerando possíveis infrações cíveis e criminais, e pediu uma apuração administrativa interna para esclarecer os critérios da suposta exclusão. Exigiu ainda explicações da PF e do Ministério da Justiça.
Durante o encontro na quarta-feira (04), Rodrigues respondeu a perguntas de cerca de 30 jornalistas sobre o inquérito que investiga uma possível tentativa de golpe de Estado em 2022. Ele também abordou investigações relacionadas aos planos de assassinato contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.
De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, o jornal foi o único dos principais veículos de comunicação do país a não ser convidado para o evento. A publicação relatou que questionou o diretor da PF pessoalmente, mas não obteve explicações.
A assessoria da Polícia Federal, em nota ao site Poder360, afirmou que a escolha dos jornais convidados para o encontro foi feita pela direção-geral e pelo setor de comunicação social, com base nos jornalistas com os quais a assessoria tem contato frequente. O Poder360 foi convidado e participou do evento.