O vice-ministro do Interior de Cuba, brigadeiro-general Jesús Manuel Burón Tabit, renunciou hoje por não concordar com a política do presidente Miguel Díaz Canel, que teria ordenado a repressão aos milhares de manifestantes que desafiaram seu governo.
Burón rejeitou o uso excessivo da força, ordenado pelo Ministério e pelo Conselho de Segurança e executado pela Polícia. Sua saída seria a primeira do governo cubano em meio a uma das piores crises de inconformismo e protestos desde os anos 1960.
A renúncia de Burán ocorre no mesmo dia em que se soube que um homem morreu no meio das manifestações. Além disso, mais de cem pessoas continuam detidas, enquanto a internet móvel ainda é cortada dois dias após os protestos contra o governo, que nega um “surto social” em meio a críticas de Washington.
Alimentadas pela crise econômica que abala o país, as manifestações de domingo, que degeneraram em confrontos com as forças da ordem, são as maiores desde o triunfo da revolução em 1959, mas o governo nega uma “eclosão social”.
De acordo com uma lista publicada no Twitter pelo Movimento de oposição San Isidro, às 12:00 horas de ontem (13/7), 130 pessoas permaneceram detidas ou desapareceram, incluindo José Daniel Ferrer e Manuel Cuesta Morúa, dois dos principais dissidentes do país, além do artista rebelde Luis Manuel.
O chanceler espanhol pediu nesta terça-feira às autoridades cubanas que respeitem o direito de manifestação.