Partidos já admitem que cassação de Moro pode acontecer no Paraná

Os desdobramentos recentes nas ações de cassação de Sergio Moro, que tramitam no TRE do Paraná, transformaram as projeçõs de quadros do PL e do PT, autores dos pedidos, sobre desfechos possíveis.

Se antes existia receio quanto a um eventual corporativismo do MP e do Judiciário paranaense com o ex-juiz, agora, passados os depoimentos e o parecer da promotoria contra Moro, o jogo virou. Nas defesas das duas siglas, já há quem acredite na derrota do senador no próprio estado, antes do TSE.

Pesou para a mudança de percepção a atuação do relator Luciano Carrasco Falavinha, recém-chegado aos casos. Ele fez questão de ouvir Moro, mesmo após os partidos ensaiarem desistir da oitiva. E questionou com firmeza o milhão cobrado pelo suplente, Luis Felipe Cunha, para trabalhar como advogado de Moro e de outros filiados do União Brasil — o magistrado disse ao parlamentar que o valor “é alto” e supera o de cobranças feitas na advocacia por ministros aposentados do Supremo.

Também contribuiu para a suposta “mudança de ventos”, além da posição da promotoria, o fato dela ter sido assinado tanto por Marcelo Godoy, chefe do MP Eleitoral desde novembro, quanto por Eloísa Machado, substituta do órgão. O duplo endosso resultou em otimismo.

Nas previsões de quadros do PL e do PT, a expectativa é que o julgamento no TRE aconteça já após o fim do recesso do Judiciário, na segunda quinzena de janeiro. E que, até o início do segundo semestre, se esgotem os recursos em Brasília. O cálculo tem como base a tramitação da cassação da juíza Selma Arruda, em 2019, pelo mesmo abuso de poder econômico de que Moro é acusado.

Fonte O Globo/Lauro Jardim


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