A Secretaria Estadual de Saúde (SES) de Pernambuco notificou nesta terça-feira (30) três casos suspeitos de intoxicação por metanol no estado. Dois pacientes morreram e um perdeu a visão nos dois olhos.
Segundo a SES, os três homens atendidos são moradores de Lajedo (dois) e João Alfredo (um), no Agreste pernambucano. Eles foram levados ao Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru. Os nomes das vítimas e detalhes sobre a cidade de origem dos mortos não foram divulgados. Os corpos foram encaminhados ao Instituto de Medicina Legal (IML) para exame.
A secretaria não confirmou se os casos estão relacionados ao consumo de bebidas alcoólicas, mas a Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) informou que iniciou ações de fiscalização em distribuidoras e pontos de venda de bebidas. As medidas incluem coleta de amostras suspeitas, interdição preventiva de lotes e articulação com órgãos como Procon, Ministério Público e forças de segurança.
A Apevisa também orientou serviços de saúde a:
- Notificar todos os casos suspeitos ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs);
- Realizar busca ativa de pessoas que possam ter consumido bebidas da mesma origem;
- Capacitar profissionais para atendimento de intoxicações graves, incluindo uso de antídotos e hemodiálise.
Os sintomas iniciais de intoxicação por metanol podem se confundir com os de álcool comum, como náusea, vômitos, dor abdominal e sonolência. Entre 6 e 24 horas após o consumo, podem surgir sinais graves, incluindo visão turva, fotofobia, cegueira, convulsões e coma.
A população deve redobrar a atenção para identificar bebidas adulteradas, verificando registro no Ministério da Agricultura e Pecuária, rótulo completo, lacre adequado, evitando produtos sem procedência ou com preços muito abaixo do mercado.
Casos de intoxicação por metanol têm ocorrido em outros estados, principalmente em São Paulo, onde cinco mortes já foram confirmadas, seis pessoas foram intoxicadas e ao menos 10 casos seguem em investigação.