PF descarta culpa de Coronel preso pelo 8/1

Diferente do indiciamento feito pela Polícia Militar do Distrito Federal, atribuindo ao coronel Jorge Naime os crimes de prevaricação e inobservância, o relatório da Polícia Federal sequer cita, entre os culpados, o nome do militar que continua preso por determinação do ministro Alexandre de Moares.

O Diário do Poder teve acesso ao relatório que aponta outro rumo para o desfecho do caso, destacando a tutela do coronel Paulo José Ferreira de Souza, na ocasião do 08 de janeiro, sobre Departamento de Operações da Polícia Militar, em substituição ao Coronel Naime, que teve o afastamento por período regular de férias ou abono atestado pelas investigações.


O esclarecimento desse fato segue a linha das informações repassadas à redação pela família do Coronel Naime e repercutidas anteriormente pelo Diário do Poder. A Polícia Federal observou que o substituto de Naime agiu sem o devido planejamento, mesmo cientes das ações previstas na esplanada dos ministérios, entre os dias 06 e 09 de janeiro.


O relatório ainda fez menção “ao quantitativo do efetivo empregue nas manifestações que, como se sabe, foi insuficiente para conter a ação dos radicais nas manifestações do dia 08 de janeiro de 2023”.

Ouvido pelo Diário do Poder, um policial militar que não quis se identificar, declarou estar “inconformado” com o fato de que foi colocado de “sobreaviso” e não “de prontidão”, sendo acionado para conter os atos do 08 de janeiro, somente após a invasão dos prédios públicos. Do mesmo militar vem a seguinte declaração: “Tem gente na PM que joga contra a tropa e está ajudando a justiça a ferrar com o Naime”, disse em alusão ao indiciamento da PM.


Agora que a Polícia Federal descarta o envolvimento do coronel Naime, a defesa do militar entrou como novo pedido de revogação de prisão e aguarda o parecer da Procuradoria Geral da República (PGR).

A expectativa é que o coronel seja solto a tempo de passar o dia dos pais com os seis filhos, dos quais cinco são menores de idade e um é portador de hidrocefalia.

“Estamos aliviados em perceber o avanço do devido processo legal. Mas ao mesmo tempo, enxergar que ele ainda paga por uma injustiça, dói, sufoca e revolta. Temos esperanças de que esse pesadelo acabe e ele possa estar em casa para comemorar o Dia dos Pais. Agora, depositamos nossas esperanças no Ministério Público para que justiça feita ao país, mas principalmente à minha família, meus filhos e meu marido”, declarou a esposa do militar, Mariana Adorno Naime.

FONTE: Diário do Poder


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