Polícia Federal vê elo entre advogado de Adélio Bispo e PCC

Investigação da Polícia Federal em andamento cita uma possível relação da facção criminosa PCC com pagamentos para a defesa de Adélio Bispo de Oliveira, autor da facada em Jair Bolsonaro em 2018.

A investigação se baseia especialmente em pagamentos de acusados de integrar a facção para um dos advogados que defendeu Adélio, mas que foram feitos dois anos depois da tentativa de assassinato de Bolsonaro.

Estima-se que o advogado recebeu R$ 315 mil da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), em 2020. O advogado Fernando Costa Oliveira Magalhães afirma que o pagamento, dois anos depois da facada, foi feito por outros clientes e que não tem relação com o PCC. As informações foram publicadas na edição desta quarta-feira (19/4), da Folha de S.Paulo.

Na reportagem, o jornal informa que o fato foi descoberto depois da obtenção de dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e que a cúpula da PF não concordaria com essas informações preliminares do inquérito.

A investigação, presidida pelo delegado Martin Bottaro, foi instaurada em 2022, depois que a Justiça autorizou a PF a ter acesso ao conteúdo do celular de advogados que fizeram a defesa de Adélio. Bottaro é considerado um dos principais especialistas em PCC na PF atualmente.

As principais conclusões, até agora, do inquérito são:




  1. A descoberta por meio do Coaf de pagamentos fracionados de R$ 315 mil realizados em 2020, por pessoas supostamente ligadas ao PCC para uma empresa no nome Magalhães. Esse valor viria de empresas consideradas laranjas e utilizadas pelo “Setor de Ajudas” do PCC, estrutura que custeia despesas de integrantes da facção.
  2. O montante é próximo ao valor máximo citado por Zanone Oliveira Junior, advogado que fez parte da defesa de Adélio, como o que seria cobrado caso tivesse ficado no caso até eventual chegada de recursos ao Supremo Tribunal Federal
  3. Um registro no livro-caixa de Zanone com pagamento de R$ 25 mil e a rubrica “caso Adélio”;
  4. Um grupo de troca de mensagens entre os advogados no aplicativo WeChat com o nome “Adélio PCC”.



Conversas no grupo do WeChat acessado a partir do celular de Zanone giravam em torno da preocupação com o fato de Fernando Magalhães ter atuado na defesa de membros do PCC, relatam as investigações.

Até então, dois inquéritos concluíram que Adélio agiu sozinho e a Justiça acatou laudos de insanidade mental, fazendo com que ele fosse considerado inimputável. Ele cumpre medida de segurança na penitenciária federal de Campo Grande (MS).

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