PT fecha questão contra “PL da Dosimetria” e pressiona Câmara a arquivar projeto

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), afirmou nesta quarta-feira (24) que a bancada do partido é “unanimemente contra” o chamado “PL da Dosimetria” (antigo “PL da Anistia”). A proposta, que visa reduzir penas, é vista pelo PT como uma tentativa de beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado por tentativa de golpe de Estado. O relator do projeto, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), alertou que a falta de consenso pode comprometer a votação de outras pautas, como a isenção do Imposto de Renda.

Após uma reunião com a bancada do Partido dos Trabalhadores, Lindbergh Farias disse que o PT se opõe ao projeto, principalmente por seu potencial impacto em casos como o de Bolsonaro e de militares envolvidos na suposta “trama golpista”.

“Golpe de Estado cairia para dois a seis anos, menos que o roubo de celular. Tem gente que fala em redução de pena do Bolsonaro de 11 anos. É uma interferência concreta no julgamento em curso, em um julgamento que não acabou”, declarou o líder petista.

Em contrapartida, Paulinho da Força defendeu a proposta e disse que o impasse pode respingar em projetos importantes para o governo, como o que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. “Vou falar com o Hugo Motta [presidente da Câmara] ainda hoje para acertar o calendário da votação, mas acho que tudo leva a crer que é possível votar na próxima terça-feira. Até acho que, se não votar isso [PL da Dosimetria], não vai votar IR”, afirmou.

Paulinho da Força também se reuniu com o deputado Aécio Neves (PSDB-MG), que defendeu o projeto como uma solução para o impasse político do país. “O fato de a extrema-direita e a extrema-esquerda se colocarem contra o projeto mostra a sua virtude. O caminho do centro, do equilíbrio, da dosimetria das penas é o caminho que o Brasil espera”, disse Aécio. O relator manifestou a expectativa de que os partidos reflitam antes da votação. “Eu espero que o PT pense no que está fazendo, que o PL pense no que está fazendo e que todos possam chegar com a cabeça feita lá na hora da votação”, finalizou.


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