O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, voltaram a se falar nesta segunda-feira. Segundo o Kremlin, os dois trataram da situação na Síria e do programa nuclear do Irã.
Putin defendeu a soberania do território sírio e disse que Moscou está disposta a ajudar em negociações para resolver a crise envolvendo o Irã. Israel não deu detalhes sobre a conversa, mas confirmou que os dois temas foram discutidos.
“Os dois líderes concordaram em manter o diálogo sobre questões internacionais e bilaterais urgentes”, relatou o site do Kremlin.
A ligação acontece pouco mais de um mês após Israel ter bombardeado instalações nucleares e de mísseis do Irã, em 13 de junho. A Rússia condenou os ataques. Naquele mesmo dia, Putin e Netanyahu também haviam conversado por telefone.
Em março, os dois já tinham retomado o contato direto depois de meses de silêncio desde os ataques do Hamas em 7 de outubro. Na ocasião, falaram sobre o combate ao negacionismo em relação ao Holocausto. Netanyahu elogiou o papel do Exército Vermelho soviético na vitória sobre o nazismo e na libertação da Europa.
Netanyahu e Putin mantêm uma relação marcada pelo pragmatismo
Apesar de divergências, Netanyahu e Putin mantêm diálogo constante para evitar confrontos, principalmente na Síria. A relação é pragmática, marcada por cooperação e cautela mútuas.
Netanyahu busca apoio russo para conter ameaças iranianas, enquanto Putin busca preservar sua influência regional, mesmo sobrecarregado pela guerra na Ucrânia.
O Kremlin, em 24 de junho, declarou ter recebido com satisfação o anúncio de um cessar-fogo entre Irã e Israel, depois de 12 dias de bombardeios israelenses e respostas iranianas com mísseis de longo alcance.
No dia anterior, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, participou de reunião com Putin, que não aderiu à guerra, em Moscou.