Relator diz que não consultará Bolsonaro sobre PL da Dosimetria

O relator do PL (Projeto de Lei) da Dosimetria – anteriormente chamado de PL da Anistia -, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), afirmou que não planeja discutir a proposta com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tampouco visitá-lo.

– Não vou visitar Bolsonaro, não pretendo ter uma conversa com ele – declarou ele em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.


Paulinho se reunirá nesta terça-feira (23) com a bancada do Partido Liberal (PL), legenda do ex-chefe do Executivo. Os parlamentares da sigla tentarão articular com o relator um texto que perdoe as condenações dos envolvidos no suposto golpe de Estado, em vez de somente baixar suas penas.

Líder do PL na Câmara, o deputado Sóstenes Cavalcante (RJ) visitou Bolsonaro nesta segunda-feira (22) e sondou qual seria sua avaliação sobre avançar um projeto de dosimetria, não de anistia, e o líder conservador deixou clara a sua rejeição à ideia.

Após reunião com o ex-presidente Michel Temer (MDB) na última quinta (18), Paulinho rebatizou o projeto da anistia como “PL da Dosimetria” e descartou a possibilidade de um perdão amplo, geral e irrestrito. Paulinho foi além, e após os atos da esquerda neste domingo (21), afirmou que ele próprio é contra anistia.

– Também sou contra a anistia. Não estamos mais discutindo anistia. É isso [o parecer já vai ao encontro das manifestações]. Ou seja, nós não estamos mais tratando de anistia, nós estamos tratando de dosimetria, redução de penas. E aí quem vai decidir se reduz ou não é o Supremo Tribunal Federal. Nós vamos só fazer a lei – argumentou, em declaração ao portal Metrópoles.


Entretanto, seu conselheiro, Michel Temer, admitiu a necessidade de repensar a estratégia, depois da nova rodada de sanções dos Estados Unidos a autoridades brasileiras, incluindo à esposa do ministro do Supremo Tribunal FederalAlexandre de Moraes, nesta segunda (22).

– Realmente, esse último gesto foi bastante agressivo. Modifica um pouco as coisas. Da forma como o Paulinho da Força, deputado federal e o presidente da Câmara Hugo Motta estavam conduzindo, as coisas estavam fluindo, caminhando bem. Acho que, neste momento, é preciso repensar um pouco – declarou, em entrevista à GloboNews.

À jornalista Malu Gaspar, Temer já havia dito que seria necessário “repensar tudo de novo” e ponderou que “não saberia dizer neste momento” qual o melhor caminho a ser tomado, mas que “dará palpites”.

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