As contas externas do Brasil fecharam o mês de maio com um rombo de US$ 2,93 bilhões. O resultado representa o maior saldo negativo para o mês desde 2022 (US$ 3,47 bilhões), quando o país enfrentava uma pandemia.
Os dados fazem parte do relatório de estatísticas do setor externo publicado pelo Banco Central (BC) nesta quarta-feira, 25.
O saldo negativo das contas externas aumentou 16,3% em relação a maio de 2024. Na época, o rombo era de US$ 2,52 bilhões.
O cálculo do BC considera o saldo da balança comercial (exportações e importações), os serviços adquiridos por brasileiros no exterior e a movimentação financeira da renda, como remessa de juros, lucros e dividendos para outros países.
De acordo com a autoridade monetária, a balança comercial teve um saldo de US$ 6,62 bilhões, valor abaixo dos US$ 7,50 bilhões registrados em maio de 2024.
A renda primária caiu de US$ 5,29 bilhões em maio do ano passado para US$ 5,15 bilhões em maio de 2025.
Os serviços registraram um saldo de US$ 4,71 bilhões no mês passado. O total representa uma queda em relação aos US$ 4,77 bilhões registrados em maio de 2024
No acumulado dos 12 meses até maio de 2025, o rombo das contas externas soma US$ 69,4 bilhões, o que corresponde a 3,26% do PIB, ante US$ 69 bilhões (3,24% do PIB) no mês anterior e US$ 29,4 bilhões (1,30% do PIB) em maio de 2024.
Investimentos no país compensam rombo
Os investimentos diretos no país (IDP) registraram ingressos líquidos de US$ 3,7 bilhões em maio de 2025, ante US$ 3 bilhões em maio de 2024.
Segundo o BC, “houve ingressos líquidos de US$ 1,8 bilhão em participação no capital e de US$ 1,8 bilhão em operações intercompanhia”.
O IDP acumulado em 12 meses totalizou US$ 70,5 bilhões (3,31% do PIB) em maio de 2025, ante US$ 69,8 bilhões (3,28% do PIB) em abril de 2025 e US$ 61 bilhões (2,69% do PIB) em maio de 2024.
Os investimentos em carteira no país somaram ingressos líquidos de US$ 2,5 bilhões em maio de 2025. Os investimentos em ações e fundos de investimento no mercado doméstico acumularam ingressos líquidos de US$ 868 milhões, enquanto os investimentos em títulos no mercado doméstico registraram ingresso líquido de US$1,7 bilhão.
No acumulado dos 12 meses encerrados em maio de 2025, os investimentos em carteira no mercado doméstico tiveram ingressos líquidos de US$ 2,3 bilhões.
Reservas internacionais
As reservas internacionais somaram US$ 341,5 bilhões em maio de 2025, o que representa o aumento de US$ 670 milhões em relação a abril de 2025. De acordo com relatório do BC, “contribuíram para aumentar o estoque de reservas as receitas de juros, US$ 715 milhões”.