O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, já redigiu uma carta de demissão para entregar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A decisão ocorre diante da proximidade do fim de seu mandato, em agosto, e das pressões que tem sofrido do Palácio do Planalto e da Casa Civil.
Em conversas recentes com aliados, Fabiano relatou ter recebido uma sugestão da Casa Civil para demitir cerca de 10 mil funcionários e vender imóveis que integram o patrimônio dos Correios. As informações são do portal Metrópoles.
De acordo com apuração da Folha de S.Paulo, se esse plano for colocado em prática, a estatal pode gerar uma economia de cerca de R$ 1 bilhão, além dos R$ 800 milhões esperados com o Plano de Demissão Voluntária (PDV), que prevê o desligamento de aproximadamente 4 mil colaboradores. No entanto, o fechamento de agências poderia provocar a demissão de até 10 mil funcionários.
Com essas duas medidas, os Correios poderiam arrecadar cerca de R$ 2 bilhões — valor expressivo diante do prejuízo recorde de R$ 2,6 bilhões registrado em 2024.
Apesar dos números, Fabiano rejeita a ideia de cortes em massa, especialmente num momento em que a empresa vem ampliando sua presença em comunidades de baixa renda. No Rio de Janeiro, por exemplo, mais de 50 favelas passaram a contar com agências da estatal.
Após a repercussão, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou à Folha, por meio de sua assessoria, que nunca defendeu a demissão em massa de funcionários.