Um assessor diplomático do Kremlin criticou, na quinta-feira (13), a proposta dos Estados Unidos de um cessar-fogo de 30 dias no conflito entre Rússia e Ucrânia.
“Não passa de um respiro temporário para os militares ucranianos”, afirmou o conselheiro Yuri Ushakov em entrevista à televisão russa.
Ele acrescentou que o presidente russo, Vladimir Putin, se manifestará “provavelmente de forma mais específica e substancial” sobre a proposta de Washington ainda nesta quinta-feira.
O assessor afirmou que apresentou a posição da Rússia na quarta-feira (12) durante uma conversa telefônica com o conselheiro norte-americano de Segurança Nacional, Mike Waltz.
Ushakov destacou que qualquer solução deverá “levar em conta os interesses” e as “preocupações” de Moscou, e que a Rússia busca uma “solução pacífica de longo prazo”. “Acredito que, na atual situação, ninguém precisa de passos que imitem uma ação pacífica”, acrescentou.
Negociadores americanos viajaram para a Rússia na quinta-feira para apresentar o plano de cessar-fogo de 30 dias na Ucrânia, enquanto Washington pressiona Moscou a aceitar uma pausa “incondicional” no conflito, que já dura três anos.
O Ministério da Defesa da Rússia anunciou nesta quinta-feira que suas forças recuperaram o controle de Sudzha, a maior cidade da região fronteiriça de Kursk, expulsando o exército ucraniano que ocupava parcialmente a área desde agosto de 2024. A ofensiva russa ocorre em um momento chave do conflito, após a proposta de cessar-fogo de 30 dias impulsionada pelos Estados Unidos, proposta que já foi aceita pela Ucrânia.
O ministério russo afirmou, em comunicado, que as unidades da agrupação militar Séver (Norte) retomaram Sudzha, junto com as localidades de Melovói e Podol, e que as operações continuam na região de Kursk com o objetivo de eliminar as forças ucranianas restantes. Segundo o relatório, as tropas russas infligiram 340 baixas às forças de Kiev nas últimas 24 horas.
Como parte da operação, Moscou divulgou imagens de Sudzha, nas quais é possível ver soldados russos hasteando a bandeira nacional no centro da cidade, após erradicarem os últimos focos de resistência. O ministério russo garantiu que continuará a ofensiva para consolidar o controle da região.
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