Rússia lança ataque massivo de drones contra a Ucrânia e atinge a Polônia

A Ucrânia voltou a enfrentar uma noite intensa de ataques. As Forças Armadas informaram que várias regiões do país, incluindo a capital, Kiev, acionaram as sirenes de alerta diante de um lançamento massivo de drones pela Rússia. No início não havia clareza sobre os impactos, mas o prefeito da capital, Vitali Klitschko, confirmou em sua conta no Telegram que “os sistemas de defesa antiaérea foram ativados durante a madrugada” e pediu à população que permanecesse nos abrigos até o fim da ofensiva.


Os drones também atingiram Sumy, onde ao menos 14 pessoas ficaram feridas — entre elas várias crianças —, e a região de Odessa, onde um depósito de energia pegou fogo após o ataque, deixando milhares de residências sem eletricidade, segundo a agência Reuters.

No total, foram utilizados cerca de 270 drones e uma dezena de mísseis. O Exército ucraniano informou ter derrubado mais de sessenta drones, mas reconheceu que vários conseguiram penetrar as defesas e causar danos a infraestrutura crítica em diferentes regiões. Em Poltava, por exemplo, mais de 1.500 moradores ficaram sem luz; em Cherníhiv, mísseis atingiram instalações essenciais.

A ofensiva ocorre em um momento delicado. O presidente Volodimir Zelensky alertou nos últimos dias que Moscou busca intensificar sua ofensiva militar. “A Rússia tenta demonstrar força diante de possíveis negociações de paz”, declarou, pedindo aos aliados a manutenção das sanções.

O impacto também ultrapassou as fronteiras ucranianas. Na Polônia, um drone russo caiu em um milharal, causando apenas danos materiais. O governo polonês apresentou uma queixa diplomática e reforçou a vigilância na fronteira leste. Já a OTAN mobilizou caças a partir da Romênia para monitorar a situação e evitar incursões no espaço aéreo aliado.


Enquanto isso, em Bruxelas, os chefes de defesa da OTAN, liderados pelo almirante italiano Giuseppe Cavo Dragone, discutiram novas garantias de segurança para a Ucrânia — uma forma de oferecer proteção estratégica sem conceder, por enquanto, a adesão plena do país à Aliança. Moscou rejeitou os debates. O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, classificou os planos ocidentais como um “caminho sem saída” e afirmou que “nenhuma arquitetura de segurança será legítima se não incluir Moscou”.

No front, soldados ucranianos em Donetsk e Zaporizhzhia seguem resistindo com firmeza. Reportagens apontam que eles rejeitam qualquer concessão territorial, argumentando que ceder território significaria abrir caminho para novos ataques. “Se dermos um metro hoje, amanhã eles virão por um quilômetro”, disse um comandante ao jornal The Guardian. Essa postura reflete o sentimento majoritário da população, que, apesar do alto custo humano após mais de dois anos de guerra, encara a defesa nacional como uma questão existencial.

No campo diplomático, Donald Trump sinalizou a líderes europeus e ao presidente Zelensky que os Estados Unidos não ficarão de fora na busca por uma solução duradoura para a segurança da Ucrânia. A declaração, divulgada em editorial do The Wall Street Journal, marca a primeira vez que o presidente norte-americano se compromete publicamente a participar de garantias de segurança para Kiev como parte de um eventual acordo de paz com a Rússia.

“O ex-presidente não apresentou detalhes específicos, que serão cruciais. Mas Trump evitou, de forma significativa, descartar o apoio americano — e isso representa um realismo bem-vindo sobre o que será necessário para alcançar uma paz duradoura na Ucrânia”, destacou a Direção Editorial do jornal.

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