Tarcísio diz que seria “desastre” ter prefeito ligado ao crime

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse nesta segunda-feira (26) que “seria um desastre” ter um prefeito ligado ao crime organizado. A declaração ocorreu durante uma entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.


– Se a gente passa o tempo todo combatendo o crime organizado, a gente não quer que alguém com conexões com o crime organizado chegue à Prefeitura. Seria um desastre – afirmou o gestor estadual.

O chefe do Executivo paulista não citou nominalmente qualquer candidato na disputa pela Prefeitura de São Paulo, mas o expediente tem sido utilizado por outros políticos contra o empresário Pablo Marçal (PRTB) por conta de acusações de que membros do partido do empresário supostamente teriam envolvimento com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

A declaração do governador, por sinal, foi replicada pelo perfil no Instagram do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que concorre à reeleição e conta com o apoio de Tarcísio na disputa.

ACUSAÇÕES CONTRA MEMBROS DO PARTIDO DE MARÇAL

Áudios divulgados recentemente pelo jornal Folha de S.Paulo mostraram o presidente nacional do PRTB, Leonardo Avalanche, dizendo a um correligionário, em fevereiro deste ano, que possuía ligação com o PCC. Ele afirmou ter sido o responsável por “soltar” lideranças da facção, como André do Rap.

O dirigente do PRTB também é alvo de uma ação na Justiça Eleitoral em que é acusado de coação, ameaça de morte, fraude e suborno. A ex-vice presidente da sigla, Rachel Carvalho, diz que foi ameaçada de morte pelo presidente da legenda para renunciar ao cargo.

Além das suspeitas sobre Avalanche, o ex-presidente estadual do PRTB de São Paulo, Tarcísio Escobar de Almeida, foi indiciado pela Polícia Civil por tráfico de drogas e associação ao crime organizado. Segundo a investigação, Escobar trocava carros de luxo por cocaína para o PCC, financiando o tráfico de drogas e dividindo os lucros com a facção.

Em entrevista ao canal GloboNews nesta segunda, Marçal disse que se sente constrangido com as recentes denúncias de que membros de seu partido estariam supostamente ligados ao PCC e prometeu solicitar formalmente o afastamento de Leonardo Avalanche do comando nacional da sigla.


– Eu vou fazer isso. Vou deixar formalizado da minha parte [o pedido de afastamento do Avalanche] – afirmou.

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