O deslocamento de um ciclone extratropical pelo sul do continente tem causado uma série de prejuízos. Após passar pelo Uruguai e pela Argentina, as chuvas e os ventos fortes atingiram o Rio Grande do Sul (RS), Santa Catarina (SC) e o Paraná (PR), provocando danos expressivos.
No Rio Grande do Sul, a Defesa Civil informou que, entre a tarde de quinta-feira (24) e a manhã desta sexta-feira (25), ao menos 51 municípios relataram algum tipo de dano causado pela tempestade. Imóveis residenciais e comerciais foram destelhados, árvores caíram e houve interrupções na iluminação pública.
Em Cachoeirinha (RS), ao menos 45 residências e duas escolas foram destelhadas, deixando os bairros Vista Alegre e Parque da Matriz sem luz. Em Erechim (RS), mais de 100 casas foram atingidas, e uma pessoa ficou ferida ao cair enquanto tentava cobrir o telhado com uma lona. Em Sapucaia do Sul, uma mulher sofreu ferimentos na cabeça e precisou ser levada ao hospital.
Os efeitos do ciclone também foram sentidos no Paraná, especialmente na região oeste do estado, onde aproximadamente 515 mil unidades consumidoras ficaram sem energia elétrica; até a manhã de sexta-feira, 36 mil dessas unidades permaneciam sem luz. Em Cascavel (PR), os ventos intensos e a chuva derrubaram uma torre de energia, arrancaram parte do telhado de uma escola municipal, alagaram o Instituto de Previdência dos Servidores Municipais (IPMC) e afetaram diversas residências.
O prefeito de Cascavel, Leonaldo Paranhos, relatou que o grande volume de água causou problemas para o poder público e a iniciativa privada, atingindo locais em obras e outros já finalizados. Ele destacou que vendavais têm ocorrido com mais frequência e intensidade, ressaltando a necessidade de ação e atenção, já que, segundo ele, “não se resolve isso por decreto”.
A Defesa Civil paranaense informou que as condições climáticas devem começar a se estabilizar no estado a partir desta sexta-feira, embora ainda sejam esperadas tempestades isoladas nas regiões norte e nordeste, com ventos moderados a fortes nos setores central e leste.
Em Santa Catarina, os temporais deixaram cerca de 237 mil unidades consumidoras sem energia, sendo 120 mil delas apenas na região de Itajaí. Segundo a concessionária Celesc, até pouco antes da publicação, faltava restabelecer o fornecimento para cerca de 9 mil unidades, enquanto uma nova ocorrência, que a empresa ainda investigava, afetou mais 21 mil unidades.
Na cidade de Laguna, no sul catarinense, os ventos chegaram a 100 km/h na quinta-feira. De acordo com a Defesa Civil estadual, os ventos fortes acompanhados de chuvas intensas e granizo provocaram destelhamentos, quedas de árvores e interrupções no fornecimento de energia elétrica em várias localidades.
Em Ponte Alta, no Planalto Serrano, cerca de 200 residências foram destelhadas. Já em São Miguel do Oeste, na região oeste do estado, ao menos 30 imóveis foram destelhados pelos fortes ventos.
Segundo a central de monitoramento da Defesa Civil estadual, novas tempestades ainda podem ocorrer entre o planalto norte e o litoral norte, com possibilidade de destelhamentos, quedas de árvores, falta de energia e alagamentos. No restante do estado, a previsão é de chuvas fracas a moderadas.
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