No último domingo, 12, o governo dos Estados Unidos emitiu um alerta pedindo aos cidadãos norte-americanos que deixem o país “imediatamente, sejam aqueles que residem no país ou estejam em viagem à Rússia.
O comunicado foi emitido através da embaixada dos EUA na Rússia e também pede mais cuidado diante do “risco de prisões indevidas” e de assédio por forças de segurança do país.
“Cidadãos americanos que residam ou viajem na Rússia devem partir imediatamente. Tenha mais cautela devido ao risco de detenções indevidas”, diz o comunicado.
“Os serviços de segurança russos prenderam cidadãos americanos sob acusações espúrias, apontaram cidadãos americanos na Rússia para detenção e assédio, negaram-lhes tratamento justo e transparente e os condenaram em julgamentos secretos ou sem apresentar provas credíveis”, prosseguiu a embaixada.
A nota justifica que a capacidade do governo americano de oferecer serviços de rotina ou de emergência a cidadãos em território russo é “severamente limitada”, devido às restrições impostas pelo governo russo a viagens e à suspensão contínua de operações, incluindo serviços consulares.
Além disso, na nota os EUA sugerem que existe o risco de que cidadãos norte-americanos sejam recrutados para atuar como militares na guerra com a Ucrânia.
“A Rússia pode se recusar a reconhecer a cidadania americana de cidadãos com dupla nacionalidade, negar seu acesso à assistência consular dos EUA, sujeitá-los à mobilização, impedir sua saída da Rússia e/ou recrutá-los”, continua o texto.
Um porta-voz do governo russo afirmou que esta não é a primeira vez que cidadãos americanos foram aconselhados a deixar o país. O último aviso público foi em setembro, depois que Putin ordenou uma mobilização parcial.
No próximo dia 24 de fevereiro, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia completará um ano sem perspectivas claras de resolução e os EUA se posicionam como principais opositores ao regime de Putin, revivendo as tensões da velha guerra fria, que na realidade nunca cessaram por completo.