Veja o que a Polícia Federal encontrou no celular de Bolsonaro

A Polícia Federal encontrou o número de telefone do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes na agenda de contatos do celular do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Também foram identificadas mensagens enviadas por Bolsonaro ao ministro Luiz Fux. As informações constam de material extraído do aparelho, apreendido em maio de 2023 durante investigação sobre supostas fraudes em certificados de vacinação. A apuração foi divulgada nesta terça-feira (29) pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Ao todo, a PF recuperou 7.268 arquivos do celular de Bolsonaro. O foco da análise se concentrou nos dias que antecederam a apreensão, já que mensagens mais antigas haviam sido apagadas. O número de Alexandre de Moraes presente na agenda era utilizado pelo ministro durante o governo Bolsonaro, mas foi substituído posteriormente. Apesar do registro, os investigadores não localizaram conversas entre os dois.

Em relação a Luiz Fux, foram encontradas duas mensagens enviadas por Bolsonaro via WhatsApp, dois dias antes da apreensão do aparelho. As mensagens também foram encaminhadas a outros contatos por meio de listas de transmissão. Uma delas continha um vídeo em que o ex-presidente é aplaudido durante a feira de agronegócio Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), no dia 1º de maio de 2023. Na legenda, Bolsonaro escreveu: “Obrigado meu Deus… Ribeirão Preto/SP. 01/maio/2023. Agrisho [sic]”.

Fux, no entanto, não respondeu às mensagens e não foram encontrados outros diálogos entre os dois. O contato entre ambos, segundo o jornal, teria ocorrido apenas de forma institucional, já que Fux presidiu o STF entre 2020 e 2022 — período que coincidiu com parte do mandato de Bolsonaro na Presidência da República.

Atualmente, Luiz Fux integra a 1ª Turma do STF, responsável por julgar o processo contra Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado em 2022. Ele tem se posicionado de maneira distinta do relator, Alexandre de Moraes. Foi, por exemplo, o único integrante do colegiado a votar contra o uso de tornozeleira eletrônica pelo ex-presidente.

A defesa de Jair Bolsonaro foi procurada, mas afirmou ao Estadão que não comentaria o assunto. Os ministros do STF também não se manifestaram.


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