X afirma que Moraes mandou bloquear contas com menos de mil seguidores

Uma petição datada de 9 de março de 2023 e emitida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi exposta pelo X, rede social anteriormente conhecida como Twitter, pertencente ao bilionário Elon Musk. Segundo informações do Antagonista, a ordem judicial, mantida sob caráter sigiloso até então, determinava o bloqueio de algumas contas com menos de mil seguidores.


Os perfis afetados pertenciam a Katia Graceli (@KatiaGraceli), Beto Rossi (@rossi_beto) e Lucinha Ramiro (@ramiromarlucia). A ordem, enviada às plataformas Facebook, Instagram e YouTube além do X, estabelecia um prazo de duas horas para que as empresas suspendessem as contas. A pena pelo descumprimento seria uma multa diária de 100 mil reais.

A determinação de Alexandre de Moraes logo levantou questões sobre possíveis violações de garantias constitucionais, incluindo o direito ao devido processo legal, a liberdade de expressão e a proteção de dados pessoais. As contas mencionadas tinham um número relativamente baixo de seguidores e suas postagens expressavam principalmente apoio a pontos de vista conservadores.

Importante ressaltar que Moraes não identificou nenhuma postagem ilegal por parte dos usuários cujas contas foram bloqueadas. Isso gerou uma grande controvérsia sobre o real motivo do bloqueio, levantando suspeitas de que a causa pudesse ser a discordância política do ministro com as opiniões dos usuários.

A justificativa apresentada por Moraes é a proteção da democracia. No entanto, a ação de bloquear um lado do debate político é vista por muitos como errada. “Censurar um lado de um debate político é o oposto da democracia”, escreveu o X ao publicar a petição. Isso põe em cheque as ações do magistrado, questionando se a intenção real é o equilíbrio democrático ou a supressão de vozes discordantes.

Como a Decisão Impactou as Redes Sociais?

A repercussão foi imediata. As redes sociais afetadas iniciaram uma série de debates sobre a legitimidade da ordem judicial e suas implicações para a liberdade de expressão no país. A seguir, reunimos alguns pontos levantados pela comunidade e especialistas em direito digital:

  • Liberdade de expressão: O bloqueio de contas por discordância política levanta sérios questionamentos sobre os limites da liberdade de expressão no Brasil.
  • Segurança jurídica: A decisão foi vista como um ataque direto às garantias constitucionais, minando a confiança nas instituições jurídicas.
  • Moderação de conteúdo: As plataformas precisam balancear as ordens judiciais com políticas internas e a liberdade dos usuários, gerando um desafio constante.
  • Impacto nas redes: A medida pressiona as redes sociais a serem mais criteriosas nas suas políticas de moderação.

Qual o Próximo Passo na Polêmica Entre o STF e o X?

Os desdobramentos são complexos. Alexandre de Moraes orientou seus auxiliares no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a adotar medidas mais rígidas contra o X, após a plataforma se recusar a moderar conteúdo nos termos indicados pelo ministro. As instruções, compartilhadas por Moraes a Marco Antônio Vargas, juiz auxiliar no TSE, mostram uma intenção clara de endurecer medidas contra o X.


O vazamento dessas mensagens, conhecido como “Vaza Toga”, adicionou mais um elemento à controvérsia, sugerindo que a fiscalização e ações contra a plataforma não se limitam aos assuntos pertinentes à Justiça Eleitoral, mas também a questões políticas mais amplas.

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