2,5 milhões de cariocas vivem entre milícia e tráfico

A guerra pelo controle territorial entre traficantes e milicianos tem deixado os moradores do Rio de Janeiro na linha de fogo. De acordo com a polícia, os traficantes passaram a cometer crimes que antes eram mais comuns entre os milicianos, como cobrar taxas de moradores e comerciantes e monopolizar a venda de água e gás. 


Segundo o banco de dados Fogo Cruzado, quase 2,5 milhões de moradores da cidade estão sob o cerco desses grupos criminosos. A disputa por territórios entre traficantes e milicianos é cada vez maior e o número de confrontos armados tem crescido ao longo das últimas semanas. Uma guerra que deixa os moradores na linha do tiro.

As forças de segurança têm realizado operações constantes para retirar armas das mãos dos criminosos, retirando em média três fuzis por dia. No entanto, essa ação não tem sido suficiente para diminuir o número de tiroteios na região metropolitana, que tem uma média de 10 por dia. 

Há 10 meses, Jacarepaguá tem sido palco de terror, com moradores relatando constantes tiroteios e dificuldade em ter acesso a serviços básicos, como saúde e educação. 

A expansão do controle territorial dos grupos milicianos tem sido preocupante. Nos últimos 15 anos, o percentual de moradores vivendo em áreas controladas por esses grupos saltou de 22% em 2006 para 47% em 2021. O tráfico tem tentado tomar o controle dessas áreas, especialmente na Zona Oeste da cidade. Os moradores são os que mais sofrem com essa guerra, pagando por serviços mais caros e de péssima qualidade.


“Guerra constante, molecada com armas de guerra na porta de moradores, hospitais, clínicas, escolas sempre fechando. Sem atender a população, sem atender os alunos, sem atender os pacientes”, relata um morador.

Além dos serviços mais caros e ruins, os moradores ficam sitiados e extorquidos pelos grupos armados. É necessário que as autoridades trabalhem em conjunto para acabar com essa guerra e garantir a segurança e o bem-estar dos moradores da cidade.

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