África é essencial no projeto chinês para ser o único governo mundial

Entre 1995 e 2017, os acordos comerciais firmados entre a China e países da África saltaram de US$ 3 bilhões para US$ 143 bilhões, colocando o país asiático acima dos Estados Unidos como maior investidor estrangeiro no continente. As informações são do site A Referência.


Somente entre 2005 e 2017, Beijing investiu US$ 137 bilhões em projetos de infraestrutura em nações africanas. Todo esse dinheiro, viabilizado pela Nova Rota da Seda (Belt and Road Initiative, da sigla em inglês BRI), tem um viés não apenas econômico, mas também geopolítico. O objetivo é criar uma nova ordem mundial, tendo a China como potência hegemônica global, segundo o jornal francês Le Monde.

“China e África sempre formaram uma comunidade com um destino extraordinário. Nosso passado comum e nossas lutas comuns nos levaram a forjar uma amizade profunda”, disse o presidente chinês Xi Jinping em dezembro de 2015, durante o Fórum de Cooperação Sino-Africana.

Na visão dos envolvidos, a relação é benéfica para todos. Um acordo do tipo “ganha-ganha”. De um lado, a China lucra com os juros pagos pelos destinatários dos empréstimos. Do outro, as nações africanas conseguem um financiamento difícil de obter, usado em projetos de infraestrutura que teoricamente geram crescimento econômico e desenvolvimento. Sem a China, eles argumentam, a África seria um continente muito mais pobre atualmente.

Prova de que a China trabalha para expandir sua influência e vender sua cultura mundo agora está na criação do Instituto Confúcio, um centro cultural que também serve como escola de línguas para ensinar o mandarim. Já são 54 unidades na África, quase a mesma quantidade de institutos franceses no continente, que são 64.


“A cultura chinesa tem se tornado mais e mais visível na África. Especialmente no Quênia, onde, por exemplo, foi aberto o primeiro Instituto Confúcio em 2005″, diz o jornalista queniano Armel Bukeyeneza. “A televisão nacional chinesa também abriu seu primeiro escritório em Nairóbi, e o governo queniano decidiu que crianças de dez anos podem aprender mandarim nas escolas desde 2020”.

“Estar no Djibuti significa estar próximo das potências, fazer como as potências”, diz Pairault, deixando claro que, ao menos nessa questão, as ações da China na África não diferem das de outras superpotências.

Com informações do site espanhol A Referência

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