atualização: TRF-1 reabre inquérito do caso Adélio Bispo

Conforme afirmou o advogado Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro, e o Portal Vista Pátria noticiou que deveria acontecer, nesta quarta-feira (03/11), o caso Adélio Bispo foi reaberto. O caso estava arquivado desde junho de 2020, quando o Juiz Bruno Savino, da 3ª Vara Federal em Juiz de Fora, decidiu. Ele escreveu na decisão: 


“Esgotadas todas as diligências investigativas – à exceção da análise do conteúdo do aparelho de celular do principal advogado de defesa de Adélio Bispo de Oliveira, cuja diligência restou sobrestada por força de decisão liminar proferida pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, acolho a promoção de arquivamento apresentada pelo Ministério Público Federal” 

Bruno Savino

Porém, apesar do arquivamento, o Juiz, à época, determinou que as investigações poderiam ser reabertas caso surgissem novas provas, ou diligências pendentes fossem autorizadas, como a quebra de sigilo do advogado que se apresentou para fazer a defesa de Adélio após o ataque. A polícia federal havia pedido autorização para acessar o celular de Zanone Manoel de Oliveira Júnior, advogado de Adélio, mas foi negada por decisão liminar.   . 

Mais de 1 ano após, o caso poderá ser retomado; por 3 votos a 1, o TRF – 1 decidiu por derrubar a liminar acatada pela vara de Juiz de Fora, após a seccional mineira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), ter entrado com um mandado de segurança, alegando violação do sigilo. O entendimento do TRF – 1 foi de que, por terem sido terceiros a contratarem os defensores de Adélio, a tese não se aplica. 

 O caso virou um verdadeiro drama, uma novela, e foi motivo de reclamações veementes por parte do presidente da república numa reunião fechada de ministros de Estado em que, o então ministro do Supremo Tribunal Federal, Celso de Melo, ordenou a abertura e foi vista diante de todos a falta de informações de inteligência, fundamental ao chefe de Estado, e também o descaso com a instituição presidência da república ao ignorar o caso como de pouca importância, o ministro da justiça e segurança pública, à época, era o ex-juiz Sérgio Moro, que pediu exoneração do cargo pouco depois, alegando interferência do presidente na polícia federal. 

O caso é, ainda, cercado de muitos mistérios; havia, por exemplo, um suposto álibi, uma entrada autorizada na câmara dos deputados em Brasília, em nome de Adélio no momento em que ele cometia o crime, e é, ainda, uma história mal contada. A chegada dos advogados até Adélio num curto espaço de tempo após o crime, alegando que uma instituição religiosa, que não confirmou, havia se disposto a pagar os honorários advocatícios do meliante, a morte de pessoas, misteriosamente, que tiveram contato com Adélio, os vídeos gravados no momento imediatamente anterior a facada, etc. 


Apesar de todas essas “coincidências”, a tese oficial que ainda vigora, é a do então ministro da justiça do governo Temer, Raul Jungmann, do” lobo solitário”, tese que levou o ministro a ameaçar prender pessoas que ousassem contrariar, pra defendê-la. 

Agora o processo ganha um novo fôlego e a democracia pede esclarecimentos sobre quem teria sido o mandante do crime que atenta, não apenas contra um homem, um então candidato a presidência, mas contra a própria democracia. O que se pede ao caso não são bodes expiatórios, mas apenas justiça; sabe-se que há casos bem mais carentes de indícios que foram solucionados, esperamos que este tenha o seu desfecho com a punição dos culpados por esse atentado à democracia no Brasil.  

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